Regulação da mídia britânica deve ser seguida pelo Brasil

O deputado Fernando Ferro (PT-PE) disse, em discurso no plenário da Câmara, nesta quarta-feira (20), que a decisão do parlamento do Reino Unido de promover a regulamentação da mídia daquele país deve ser seguida pelo Brasil. “Todas as democracias modernas têm alguns tipos de ajustes legais e jurídicos para os setores da mídia. O Brasil, para ter democracia de fato, precisa ter instrumentos de regulamentação dos seus meios de comunicação”, avaliou Ferro.

O deputado disse que a regulamentação do setor da imprensa não pode ser confundido com censura ou ausência de liberdade de expressão. Segundo ele, no Brasil não se faz esse debate porque qualquer tentativa nessa direção é vista pelos “barões” da mídia como censura.

“Esse é um debate que precisamos fazer. Os barões da imprensa não têm o direito de nos calar. Jornalistas e empresários amestrados estão querendo impedir o debate. Enquanto isso, o que se vê é a destruição de reputação, é o enxovalhamento de pessoas, e fica tudo por isso mesmo”, reclamou Fernando Ferro.

O parlamentar lembrou que o processo do Reino Unido foi acelerado após escândalo envolvendo o magnata da imprensa britânica Rupert Murdoch, dono do tabloide News of the Word, denunciado por práticas ilegais no exercício do jornalismo.

Ferro traçou um paralelo entre o escândalo britânico e o caso brasileiro que teve como atores o jornalista e diretor da revista Veja, Policarpo Júnior, e o contraventor Carlos Cachoeira. “Eles fizeram investigações ocultas para atender interesses criminosos e interesses da mídia. O Brasil precisa impedir que esse tipo de delinquência fique impune”, enfatizou.

Para constituir o colegiado que vai mediar as decisões acerca dos procedimentos adotados pela imprensa britânica, foram necessários debates que contaram com a participação dos três principais partidos: Conservador, de David Cameron, Liberal Democrata, da base governista, e a oposição representada pelo Partido Trabalhista. O novo órgão regulador foi aprovado pelo Parlamento Britânico na segunda-feira (18).

Da Redação em Brasília
Com Informes PT