Colômbia: Farc e governo entram nas conclusões do 6º ciclo 

Os diálogos para pôr fim ao conflito armado na Colômbia entram nesta terça-feira (19) na reta final do seu sexto ciclo, período no qual as Forças Armadas Revolucionárias Colombianas-Exército do Povo (Farc-EP) emitiram manifestações otimistas sobre o desenvolvimento do processo.

Resta menos de uma semana para a conclusão do ciclo atual, e sobressaem as expectativas das Farc sobre os avanços obtidos no tema do desenvolvimento agrário, considerado causa fundamental do conflito na Colômbia com mais de meio século de existência.

“Avançou-se e avançou-se bastante. É para nós um otimismo moderado”, assegurou o membro da delegação das Farc, Ricardo Téllez.

Dias antes, o chefe da equipe negociadora da guerrilha, Iván Márquez, manifestou estar de acordo em muitos entendimentos com o Governo da Colômbia, o que permite que se construa mais camadas de identidade quanto ao tema agrário-rural.

Sobre o assunto da terra. As Farc-EP abordaram neste período as Zonas de Reserva Campesina, com um chamamento ao governo de Juan Manuel Santos contra a sua estigma.

A organização insurgente assinalou que a criação destas Zonas deve ser considerada um avanço para a paz, cujo reconhecimento pleno deve desempenhar um papel fundamental na definição de uma transformação agrária colombiana, que afiance a justiça e a soberania nacional.

O tema agrário encabeça a agenda acordada para guiar o diálogo, seguido pelas garantias para a participação política, o fim do conflito armado, a solução do problema das drogas ilícitas, os direitos das vítimas e os mecanismos de verificação e referendo do que for acordado na mesa de negociações.

Nas seis jornadas transcorridas no sexto ciclo, também sobressaiu o insistente pedido para que Simón Trinidad una-se à mesa de diálogo instalada em 19 de novembro passado, em sua sede permanente em Havana, capital de Cuba, com este país e a Noruega como garantes.

Trinidad permanece encarcerado nos Estados Unidos cumprindo uma sentença de 60 anos, enquanto seus companheiros pedem a sua presença pela experiência acumulada como parte das Farc-EP.

Também exigiram do governo de Santos a entrega imediata do cadáver de Raúl Reyes, comandante guerrilheiro caído em 2008, durante um ataque do Exército colombiano no território do Equador.

Com Prensa Latina