Empresários brasileiros e venezuelanos homenageiam Chávez

Autoridades e empresários do Brasil e da Venezuela homenagearam, na noite da última quinta-feira (14), o presidente Hugo Chávez, no início da cerimônia de premiação da 23ª edição do Prêmio Expo Impo 2013, ano base 2011, em São Paulo.

Chávez

O ministro conselheiro da Embaixada da República Bolivariana da Venezuela, Efrén Martín, prestigiou o evento e confirmou com números positivos a consolidação das relações comerciais bilaterais, que, ao longo de 14 anos, registraram significativo crescimento, passando de US$ 600 milhões para US$ 6 bilhões, em 2012.

Comandada por José Francisco Marcondes Neto, presidente da Federação das Câmaras de Comércio e Indústria Venezuela-Brasil (Fecamvenez), organizadora do evento, a homenagem consistiu na exibição de fotos do presidente venezuelano e no pedido de um minuto de silêncio à plateia, reunida no auditório do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura.

Após a homenagem, Marcondes anunciou que a relação comercial bilateral tem registrado sucessivos recordes ano após ano. Para ele, não há a menor dúvida de que a partir da ascensão de Chávez ao comando da Venezuela as relações comerciais mudaram de patamar, passando de US$ 600 milhões para a cifra de US$ 6 bilhões, em 2012, e devendo alcançar patamares de US$ 12 a 15 bilhões nos próximos cinco anos. Isso está sendo possível graças às missões empresariais, que possibilitaram a empresários compartilhar com o presidente Chávez ideias transformadas em projetos concretos.

No seu discurso que antecedeu a entrega dos prêmios, Marcondes citou alguns exemplos bem-sucedidos que se transformaram em realizações. Um deles foi a ideia de exportar à Venezuela gado vivo, que hoje representa mais de US$ 400 milhões. Outro foi a busca de uma complementariedade na área petroquímica, que possibilitou à Venezuela a compra pelo Brasil de quase US$ 400 milhões de nafta petroquímica. “Há, ainda, o sonho da construção da segunda ponte sobre o Rio Orinoco que se transformou em realidade. E se superou, porque a terceira ponte já está sendo construída”, afirmou o presidente da Fecamvenez.

Tudo foi possível, na avaliação de Marcondes, graças à liberdade e à oportunidade que o empresariado teve de conviver com um homem visionário, como Chávez, que possibilitou essas transformações. “Nós, os empresários brasileiros e, com certeza, os empresários progressistas venezuelanos acompanhamos nesses 14 anos uma virada na relação entre os dois países, uma virada que se concretiza nesses últimos meses com o sonho do presidente Chávez do ingresso da Venezuela no Mercosul, que dará frutos ao longo das próximas décadas. Infelizmente, Chávez não estará fisicamente para testemunhar isso, mas nós vamos mudar de patamar uma vez mais. É uma mudança de base, uma mudança de geração, porque a relação entre os dois países atingiu um grau de maturidade que não tem volta”, discursou na cerimônia.

O empresário Gil Reis, da Kaiapos, exportadora de gado vivo (não propriamente exportadora de boi, mas da iguaria carne fresca), uma das empresas premiadas na quinta- feira, corrobora com esse histórico e com as previsões feitas para o setor. Para ele, o próprio evento de premiação é o reconhecimento do trabalho, da parceria e do respeito mútuo entre os dois países. “Apesar de o momento ser muito triste, creio que o comandante Chávez gostaria que a vida continuasse para o desenvolvimento da própria Venezuela”, lembrou.

Os empresários – da indústria, comércio, logística, infraestrutura, exportação de serviços – agraciados com o prêmio oferecido pela Federação representam mais de 40% das exportações brasileira e mais de 55% na relação de importação bilateral, o que significa cerca de 40% no acumulado da balança do total comercializado entre os países.

Pouco antes da premiação, o ministro Efrén Martín agradeceu a homenagem da Federação e dos empresários e autoridades ao presidente Hugo Chávez. “Ele foi um grande mestre, com valiosa proposta socialista e grande consciência política. Nós perdemos um presidente e ganhamos um povo consciente”, avaliou. “Um povo consciente do crescimento das relações comerciais, estimuladas também pelos governos do Brasil à época de Lula, e agora com Dilma, conhecedor do ingresso da Venezuela no Mercosul e confiante nas perspectivas do fortalecimento da parceria entre os dois países.”

Pedro dos Santos Bentancourt, da General Motors, após a premiação, mostrou convicção de que a Venezuela é peça fundamental para o marco da organização da GM América do Sul. “A GM venezuelana é uma empresa que tem a maior fábrica do norte do continente, proporcionando possibilidades de cooperação e integração verdadeiras, que significam a complementação de linhas de produção entre o Brasil e a Venezuela, a Argentina e a Venezuela ou inclusive entre a Colômbia e a Venezuela, que já existem”, afirmou. Pedro Bentancourt disse ainda que a Venezuela se tornou um elemento de primeira magnitude nos planos e nas decisões da GM América do Sul.

Fonte: Embaixada da Venezuela