PCdoB procura evitar reforma política que penalize os pequenos

O fim das coligações nas eleições proporcionais será o último item a ser apreciado na votação da reforma política. Foi com essa promessa do presidente da Câmara, deputado Henrique Alves (PMDB-RN), que a bancada do PCdoB deixou a reunião ocorrida na noite desta terça-feira (12) na Presidência da Câmara. Para o presidente nacional do Partido, Renato Rabelo, esse é o rito mais justo, para evitar que a reforma política aprovada se resuma ao fim das coligações.

PCdoB procura evitar reforma política que penalize os pequenos - J. Batista

A votação da matéria está marcada para os dias 9 e 10 de abril. A líder do PCdoB na Câmara, deputada Manuela d'Ávila (RS), explicou ao presidente da casa que nenhum partido é contrário à reforma política, mas destacou que não há consenso sobre pontos importantes da proposta, como o financiamento exclusivo público de campanha.

Segundo ela, a preocupação do partido é que seja aprovada uma reforma que não altere significativamente o sistema político-eleitoral e sirva apenas para estabelecer regras que tornem ainda mais desigual a disputa eleitoral, penalizando os partidos pequenos.

Acompanhado da líder e outros deputados da bancada, como Daniel Almeida (BA), Jô Moraes (MG) e Perpétua Almeida (AC), Rabelo reafirmou ao presidente as palavras de Manuela. “O pleito que levamos é de que temos séria desconfiança de que essa reforma política, que é necessária, já tardia, ainda tem dificuldades de ser aprovada na Câmara e aí o que pode acontecer é só a proibição da coligação proporcional”, resumiu o líder comunista.

Ele considerou a reunião muito boa e que o presidente da Câmara foi muito atencioso. Ele informou que o deputado Henrique Alves assumiu o compromisso de primeiro apreciar e votar os outros itens da proposta de reforma política, como o financiamento exclusivo público de campanha e a lista preordenada, e só depois o fim das coligações proporcionais.

“Seria o último item para afastar a possibilidade de que esse fosse o único motivo da reforma, porque tem que ache que a reforma política se resume a isso”, criticou Renato Rabelo.

“Eu acredito que é necessário a Câmara dos Deputados se posicionar sobre a reforma política. Somos a favor de uma reforma profunda, realmente democrática, e que conte com mudanças que consideramos fundamentais, como o financiamento público exclusivo de campanha”, disse, criticando a proposta de financiamento misto. “E com lista preordenada que o Partido sempre defendeu”, finalizou.

Ao final da reunião, o presidente do PCdoB encontrou-se nos corredores da Câmara com o relator da matéria na Casa, deputado Henrique Fontana (PT-RS), a quem repetiu os argumentos apresentados ao presidente da Câmara.

De Brasília
Márcia Xavier