PC Venezuelano declara apoio à candidatura de Maduro

O Partido Comunista da Venezuela (PCV) manifestou neste domingo (10) seu apoio à candidatura de Nicolás Maduro para as eleições presidenciais do próximo 14 de abril. O anúncio foi feito durante a 12ª Conferência Nacional do Partido, na presença de Maduro, presidente encarregado da República.

O secretário-geral do PCV, Óscar Figuera, indicou que o apoio do povo venezuelano tornará possível a tarefa encomendada pelo líder da Revolução Bolivariana, Hugo Chávez, de levar Nicolás Maduro à Presidência da República.

"Com o esforço de nosso povo e das organizações revolucionárias e populares, Nicolás Maduro será eleito presidente constitucional, no próximo dia 14 de abril", afirmou Figuera.

No início do ato se dedicou dois minutos de aplausos à memória de Chávez, que está sendo  honrado por seu povo no Salão Libertador da Academia Militar.

Este tributo foi acompanhado pela palavra de ordem "Chavez vive, a luta continua".

À sua chegada à sede do PCV , em Caracas, Maduro saudou o povo concentrado nos arredores do lugar, que gritava: "Com Chávez e Maduro, o povo está seguro".

Na Conferência Nacional do PCV, que se realiza a cada quatro anos, participam 134 delegados do partido eleitos pelas bases como representantes dos 23 estados do país e do Distrito Capital, assim como delegados nacionais e membros do Comitê Central.

A resolução da conferência dos comunistas venezuelanos assinala que Nicolás Maduro foi por mais de seis anos um membro destacado da equipe de governo do presidente Chávez, ocupando o cargo de ministro das Relações Exteriores, no qual contribuiu de maneira decisiva para o desenvolvimento da política internacional anti-imperialista e para os esforços pela unidade da Pátria Grande Latino-americana e Caribenha.

A 12ª Conferência Nacional do PCV ressalta que Maduro tem origem na classe trabalhadora e desde sua juventude militou em organizações políticas e sociais de vanguarda e, em particular, nas fileiras do movimento operário-sindical comprometido com a organização e defesa dos direitos da classe trabalhadora.

Frente anti-imperialista

Os comunistas argumentam que o Partido Comunista da Venezuela propugna e impulsiona desde há décadas uma política de ampla unidade patriótica anti-imperialista orientada para romper definitivamente os laços da dependência ao imperialismo, particularmente o estadunidense e, simultaneamente, avançar em um processo de acumulação de força popular revolucionária, com a classe trabalhadora na vanguarda, para abrir reais perspectivas à construção do socialismo.

O texto da resolução destaca que para a Pátria de Bolívar e para os povos do mundo é uma necessidade garantir a continuidade do processo de mudanças iniciado na Venezuela a partir da vitória popular do presidente Chávez nas eleições presidenciais de 1998, processo do qual o Partido Comunista da Venezuela sempre foi parte integrante.

O PCV relaciona seu apoio à candidatura de Nicolás Maduro aos esforços pela unidade entre forças políticas avançadas para derrotar os inimigos internos e internacionais, e dar continuidade à integração latino-americana, reforçando nomeadamente mecanismos como a Alba e a Celac.

Igualmente, os comunistas reafirmam o compromisso de materializar os cinco objetivos históricos constantes no Plano da Pátria apresentado pelo comandante Chávez em 2012 e ratificado por Nicolás Maduro como sua proposta de plano de governo para o período 2013-2019.

Maduro aceita o apoio

Ao tomar a palavra na Conferência do PCV, Maduro aceitou o apoio e fez várias reflexões. Ele  reiterou a importância de converter a dor que produz a partida física do líder da Revolução Bolivariana, Hugo Chávez, no "compromisso supremo de ser-lhe fiel e leal", além de manter o país dentro do caminho eleitoral e pacífico.

O presidente encarregado indicou que quando alguns setores da direita têm a intenção de ofender algum ator político contrário, chamam-no de comunista. "Como disse Cristo: 'Deus, perdoai-os, porque não sabem o que dizem e o que fazem', porque dizer que alguém é comunista é dizer que é honesto, humilde, transparente”, expressou, recordando ao mesmo tempo a atuação histórica dos líderes do PCV desde sua fundação em 5 de março de 1931.

"Não se pode escrever a história do século 20 sem reconhecer o trabalho dos militantes do PCV.”

O caminho eleitoral

O candidato socialista às eleições de 14 de abril recordou que em 1997, quando os integrantes do Movimento Bolivariano Revolucionário 200 (MBR 200) – nascido nos quartéis nas décadas de 1980 e 1990 – ainda pensavam que a única saída para a Venezuela era uma insurreição cívico-militar nacional de caráter popular, foi o comandante Chávez quem apresentou a ideia de que só um processo eleitoral podia canalizar um caminho para a transformação de um país golpeado pelos governos neoliberais.

Maduro chamou a conjugar teoria, reflexão, táticas e programas na "paixão revolucionária" que caracteriza o processo desenvolvido na Venezuela e iniciado com o ascenso de Hugo Chávez ao poder.

Rumo histórico

O candidato aproveitou a oportunidade para recordar que a nove meses daquele 11 de junho, quando o comandante Hugo Chávez registrou sua candidatura presidencial às eleições de 7 de outubro, nesta segunda-feira (11) será confirmado seu testamento político com a entrega perante o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Programa da Pátria.

"O que vamos fazer é ratificar o caminho, o rumo histórico, a independência, o socialismo, a Venezuela potência, a Venezuela líder e motor do mundo multipolar, pluricêntrico, anti-imperialista", enfatizou Maduro.

Igualmente, selou um “compromisso especial com o birô político do PCV", e deu as boas-vindas à crítica e à autocrítica como "método chavista e revolucionário de fazer a pátria".

Maduro convidou o PCV a integrar a direção política e militar da Revolução Bolivariana, instalada no último dia 5 de março no Palácio de Miraflores, sede do governo em Caracas.

"Temos a força suficiente para juntos, como uma só família, proteger-nos uns aos outros e seguir marchando juntos nesta tarefa de construir uma Pátria potência, socialista, grande, unida, poderosa, chavista; porque dizer uma Pátria chavista é dizer uma Pátria livre, independente, socialista, bolivariana", enfatizou Maduro.

Unidade

Maduro ressaltou também a relevância que tem a unidade política para consolidar o projeto revolucionário e bolivariano.

"A única forma de que todos sejamos Chávez é que estejamos juntos, que estejamos unidos. Todos juntos somos Chávez, separados não somos nada e podemos perder tudo." Igualmente, se referiu à necessidade de internalizar a palabra de ordem "Todos somos Chávez", com o objetivo de que transcenda o fervor para converter-se em um fato concreto.

"O que lhes vou dizer talvez seja um truísmo, mas eu não sou Chávez, falando estritamente da inteligência, do carisma, da força histórica, da capacidade de condução, do comando, da grandeza espiritual de nosso comandante Chávez", asseverou.

"Uma coisa é que eu seja chavista – continuou Maduro – e vivo e morro por ele, em vida e agora neste novo plano em que ele está; outra coisa é que alguém possa aspirar a que Nicolás Maduro seja Chávez. Não, eu, chavista, eu sou filho de Chávez, assim o sinto e a responsabilidade que ele me deixou nunca na vida passou por minha mente que eu ia ter de viver isso. Mas a única forma de que nós cumpramos a palabra de ordem que nosso povo assumiu de 'Eu sou Chávez', 'Tu és Chávez', como ele nos disse profeticamente há apenas uns meses na campanha, é que estejamos juntos", manifestou. "O povo unido jamais será vencido, esta é a palavra de ordem", indicou.

Com Agência Venezuelana de Notícias e Página do PCV [www.tribuna-popular.org]