Jamil Murad: “Hugo Chávez é o Simón Bolívar do século 21”

5 de março

Nasce Rosa/ 5 de março/ Morre Hugo/ Luxemburgo/ Chávez/ A caudal humana/ Que anda pelas ruas de Caracas/ Num dia cinzento que não tinha azul/ Não tinha vermelho, nem amarelo/ Vê subir um pássaro/ Um homem/ Um homem alado/ Hugo Chávez. (Dulce Muniz)

Jamil Murad - Érika Ceconi

Neste 8 de março de 2013, data que lembra uma chacina de operárias nos Estados Unidos, dia internacional da mulher, enquanto uma chuva torrencial caia sobre a cidade de São Paulo, Frei João Xerri, realizava uma missa em homenagem à Hugo Rafael Chávez Frias, no consulado geral da República Bolivariana da Venezuela, enquanto naquele país ocorria o velório do líder da Revolução Bolivariana, que contou com a participação de vários chefes de Estado, muito emocionados com a cerimônia. 

Com a presença de movimentos sociais, partidos políticos, organizações internacionais, cônsules e membros da sociedade civil consternados pela morte de Hugo Chávez, foram prestar a última homenagem na tarde desta sexta-feira. Os presentes receberam uma mensagem de Frei Betto lida por Frei João Xerri:

“Companheiros e companheiras, morre Hugo Chávez, mas não os ideais que ele encanou como o da Pátria Livre Latino-americana, o socialismo do século 21 a Revolução Bolivariana, sua memória, herança e exemplo de luta permanente em favor dos pobres e da soberania de nosso continente. Chávez e eu éramos amigos nos falamos no Fórum Social Mundial, tive a honra de contar com a sua presença quando recebi em 2009, o premio Alba de literatura e conversamos longamente em Caracas em novembro de 2010. Com ele aprendi que princípios e valores não se negociam e que é melhor correr o risco de errar com os oprimidos do que ter a certeza de acertar com os repressores. Chávez vive”.
 

Emocionado, o presidente municipal do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Jamil Murad, fez questão de dizer que para ele “Chávez é o Simón Bolívar do século 21”. Ele ressaltou que as ideias de Chávez não morrem com o líder “pelo contrário, mesmo com o desaparecimento físico dele, suas ideias ganham mais importância […] vai faltar o líder, mas as ideias estão vivas nos embates que continuam existindo.” E fez um apelo “Vivi um tempo em que os Estados Unidos implantaram ditaduras militares na América do Sul, então nunca devemos baixar a guarda, estamos tendo vitórias. Vamos continuar tendo desde que o povo continue buscando a unidade, cooperação, luta dentro e fora do Brasil”, afirmou.

A presidenta do Conselho Mundial da Paz (CMP) e do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), Socorro Gomes, lamentou a morte do comandante Chávez para o povo latino-americano. “Chávez vai ser sempre lembrando como grande herói da luta pela liberdade, integração, pela nossa segunda e verdadeira independência, foi um grande combatente das causas mais nobres da humanidade”, frisou.

Com lágrimas nos olhos o cônsul interino da Venezuela em São Paulo Robert Torrealba destacou que “Chávez representa um enorme sentido de justiça, de igualdade e de inclusão social, foi o maior legado que nos deixou, e uma vontade enorme de lutando por uma sociedade mais justa e solidária”.

Na oportunidade, o argentino Diego Ferrari, representando a Alternativa Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba) declarou seu apoio "Os venezuelanos podem estar seguros de que vamos ser soldados da revolução bolivariana para o que precisem", afirmou.

“Você me prende vivo e eu escapo morto de repente olha eu aqui de novo perturbando a paz”, declamou o deputado estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), Adriano Diogo, “Esse sonho de América Latina que começou com Chávez e se derramou por toda a região, teve sua sementinha na Revolução Cubana é a grande esperança de todos os índios, negros, oprimidos".

Desde a última quarta-feira (6), o consulado deixou aberto o Livro de Condolências, para todos que quiseram deixar uma mensagem para o comandante Hugo Chávez Frias. Após a missa, com rosas vermelhas as mulheres também foram homenageadas. A cerimônia terminou com os todos muito emocionados de onde surgiram, espontaneamente, as consignas: Viva Chávez! Hasta siempre comandante

Da Redação do Vermelho,
Érika Ceconi