EUA: Nomeação de Brennan a diretor da CIA ainda gera polêmica 

A polêmica confirmação do próximo diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos, John Brennan, será realizada nesta terça-feira (5), ainda que as dúvidas, questionamentos e protestos dos legisladores republicanos não tenham desvanecido. 

Brennan, um oficial com 25 anos de experiência dentro da agência, foi o eleito pelo presidente Barack Obama para ocupar o cargo de diretor durante o seu segundo mandato. Entretanto, o Senado não quis dar o braço a torcer enquanto ao voto de confirmação, até que receba mais informação sobre o manejo da CIA no ataque ao consulado estadunidense em Bengasi, na Líbia, no passado 11 de setembro.

Dois dos mais fortes oponentes ao nomeado são o senador John MacCain, republicano de Arizona, e o seu correligionário Lindsey Graham, da Carolina do Sul.

Ambos reiteraram neste domingo (3), no programa Face the Nation (Encare a Nação), da CBS, que não aprovarão o candidato a chefe da CIA até receberem a documentação complementar sobre o incidente.

No atentado em Bengasi morreram quatro oficiais diplomatas dos Estados Unidos, um deles o embaixador em Trípoli, Christopher Stevens.

"Eu não vou votar por um novo diretor da CIA até que se averigue o que a CIA fez em Bengazi,” disse Graham.

John Brennan, de 57 anos e oriundo de Nova Jersey esteve na mira de Obama em 2008, quanto tentou, ao chegar à presidência, catapulta-lo ao mesmo cargo que atualmente. Mas desistiu, àquela altura, devido às pressões de alguns setores de seu próprio partido, que criticaram uma suposta participação de Brennan em algumas das políticas mais rechaçadas do presidente George W. Bush.

Culpava-se ao experiente oficial da CIA de estar a par do uso de técnicas de tortura contra suspeitos de “terrorismo”, como no caso da simulação de afogamento (waterboarding); assim como de conhecimento da existência de uma rede de prisões secretas.

Não obstante, o atual mandatário democrata manteve Brennan em seu ângulo para efetivar a sua nomeação neste momento.

É possível que os senadores tenha passado a página deste capítulo sobre as torturas, mas o terreno tornou-se instável para Brennan pela recente divulgação de um memorando, que descreve a faculdade outorgada por Obama para empregar aviões não tripulados (drones) em assassinatos seletivos de estadunidenses (além de qualquer outro estrangeiro) que sejam suspeitos de envolvimento com “grupos terroristas”.

Os drones, usados no Afeganistão, Paquistão, Iêmen e Somália, têm em Brennan o arquiteto principal do programa, segundo analistas.

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Em 7 de fevereiro a audiência do candidato foi atrasada por protestos pacíficos na sala; depois disso, foi protelada até esta terça-feira, ante a insistência por parte dos legisladores pela entrega de mais informação.

Se receber o aval do Senado, Brennan terá que estabilizar a cúpula da CIA, danificada desde a demissão, em novembro, de David Petraeus por um escândalo extraconjugal.

Bengasi, torturas e drones são parte do passado recente não muito claro do possível diretor da CIA, onde se centram muitas das interrogantes contra si.

Fonte: Prensa Latina
Tradução da Redação do Vermelho