Orlando Silva: “Esse mandato não é meu. É nosso” 

A plenária do vereador Orlando Silva (PCdoB), realizada neste sábado (2) encheu a sala João Brasil Vita, no 8º andar da Câmara Municipal de São Paulo. O sorriso e a esperança de construir uma cidade mais justa e democrática estava estampada no rosto de mais de 400 pessoas e inebriou o chamado Salão Nobre.

Foto: Antonio Miotto

O início da atividade foi embalado pela bateria da Escola de Samba Nova Luz, que “empossou” o vereador como o presidente de honra da agremiação que fica no centro de São Paulo.

Diversas lideranças e militantes de todas as regiões da cidade compareceram ao chamado da construção coletiva do mandato comunista. “O primeiro objetivo é agradecer os votos que eu tive, não só os votos que eu obtive, mas a todos os votos que o meu Partido teve na última eleição”, agradeceu Orlando.

Para o deputado Alcides Amazonas convidar a população para debater o plano do mandato é uma característica dos parlamentares comunistas. “Nossos mandatos são populares, abertos para o povo opinar e a experiência que Orlando teve com o trabalho no Ministério do Esporte vai fazer a diferença na condução do mandato”.

A deputada Leci Brandão também esteve presente e disse que no plenário constava a legitimidade do vereador comunista. “Nossos adversários e inimigos, que são permanentes, sangraram você até não poder mais, mas a transfusão de sangue está aqui, nestas pessoas”, falou Leci.

Bandeiras claras

Orlando, que também é o vice-líder do governo Fernando Haddad, apresentou os eixos de seu mandato para discussão do plenário. Uma problemática que o mandato irá se debruçar é sobre o déficit de vagas nas creches da rede municipal.

“O prefeito [Fernando Haddad] apresentou a meta de construção de 150 mil vagas e essa será prioridade máxima do nosso mandato. Foi por isso que escolhemos participar da comissão de educação da Câmara”, informou Silva.

O maior problema para resolver essa questão é a falta de terrenos para construir as creches. “Gostaria de contar com vocês para descobrir novos lugares para construção de novas creches”, solicitou.

Além da área de educação, o mandato irá atuar na defesa da democratização do acesso ao lazer, esporte e cultura. O vereador defende que os espaços públicos como, por exemplo, os Centros de Educação Unificado – CEU’s, tenham programação em que conste a produção que é feita por artistas da cidade.

Orlando falou em “quebrar o muro que é estabelecido pela indústria cultural”. “Vamos defender mais pontos de leitura e a disponibilidade de espaço para todos os artistas da cidade, seja samba, hip-hop, rock, teatro, entre outras”.

A questão da moradia digna também será pauta dos trabalhos legislativos. Mesmo com a proposta ousada de construir 55 mil novas moradias do governo municipal, para o vice-líder do governo, ainda é pouco perante a realidade de milhares de famílias que vivem em situação precária.
“De um lado, vamos apoiar o prefeito para cumprir essa meta, e de outro, vamos apoiar os movimentos sociais para pressionar o governo e resolver o problema da habitação, ampliando a moradia digna”, advogou o vereador.

São Paulo como referência de desenvolvimento

A preocupação da cidade de São Paulo passar a contribuir com o desenvolvimento do país também foi um dos assuntos da plenária. Para o presidente do PCdoB na capital, Jamil Murad, o debate sobre os rumos do Brasil carece da participação de todos os militantes para politizar a discussão.

“Que rumo vai tomar o Brasil? Vai continuar no rumo do desenvolvimento, da democracia, do emprego, da distribuição de renda, da moradia popular, da educação para o povo, da cultura para o trabalhador? Vai continuar nesse rumo ou vai voltar para o rumo daqueles que já governaram no passado e penduraram o país no desemprego, na humilhação de joelhos para o FMI? [Fundo Monetário Internacional]”, indagou Jamil.

A vice-prefeita, Nádia Campeão, disse que a grande preocupação do executivo municipal nesses dois meses de mandato foi “abrir espaço para colocar o novo programa de governo em andamento”.

Para Nádia, “a palavra de ordem é participar, ouvir, falar e fazer. É arregaçar as mangas e realizar”.  "Se depois de quatro anos a gente não tiver 55 mil moradias novas, cem mil vagas de creches, se a Rede Hora certa não estiver funcionando, senão tiver corredor de ônibus, subprefeituras mais aparelhadas, nada vai ter adiantado a gente ter falado durante os quatro anos”, projetou Nádia.

A vice-prefeita deixou claro que o principal desafio do governo é politico. “Ou a gente consegue fazer com que São Paulo adote o rumo do desenvolvimento e crescimento, ou nós não vamos dar conta de resolver esses anseios todos”, finalizou.

Estiveram presentes também: Wander Geraldo, chefe de gabinete da Subprefeitura do Jabaquara e os vereadores de Campinas e Mairinque, Gustavo Petta e Dr. Sérgio Ribeiro, respectivamente.

De São Paulo, Ana Flávia Marx