Economia: Inácio Arruda critica aumento da taxa de juros

O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) criticou o aumento da taxa de juros como medida para conter a inflação. O senador classificou as taxas de juros no Brasil como absurdas e afirmou que esse não é o único mecanismo para controlar a alta de preços.

Inácio Arruda disse que os juros podem, sim, ser usados como instrumento de controle da inflação, como ocorre no mundo inteiro, mas disse que o problema é o modo com que a medida é implementada no Brasil, onde a taxa de juros já é muito elevada. Ele disse que o aumento dos juros é sempre a alternativa “mais amarga” para a economia. "Nós não temos que sempre tomar o remédio mais amargo", protestou.

Inácio Arruda também criticou a política de estoque de superávit primário adotada pelo Brasil. O senador explicou que, além do mecanismo não atrair investidores, nenhum outro país está aderindo a essa política de estoque que ele considera “insustentável”. "Não tenho escutado de nenhum dirigente europeu que irá adotar uma política tão austera que exija uma geração de superávit primário de tal monta que inviabilize a já dramática situação da economia europeia", disse o senador.

Em aparte, o senador Armando Monteiro (PTB-PE) afirmou que o Senado precisa debater a situação econômica brasileira, observando que o recurso de aumentar a taxa de juros pode ser usado, eventualmente, para manter a estabilidade econômica. "Considero que a estabilidade é uma conquista, é um valor social. O que de pior poderia acontecer na sociedade brasileira seria o descontrole inflacionário", disse.

Armando Monteiro afirmou que uma das conquistas do Brasil foi ter produzido, nos últimos 16 anos, superávits primários que permitiram que o país reduzisse a sua dívida, mas afirmou que, em um momento de crise, é necessário que o Estado gaste mais. "É evidente que em momentos de crise você não pode produzir superávits mais altos", disse.

Votação dos vetos

Inácio Arruda comemorou decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que cassou, nesta quarta-feira (27), a decisão liminar do ministro Luiz Fux que determinava o exame dos vetos presidenciais pelo Congresso Nacional em ordem cronológica. "Essa decisão desobstrui a pauta do Congresso Nacional para a votação em relação aos vetos e também ao Orçamento", disse.

Em aparte, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) explicou que a questão do Orçamento se coloca num outro plano, que não foi decidido nem pela liminar nem pelo Pleno do STF. "A votação do Orçamento tem um obstáculo, que é o texto da Constituição, que diz, com toda clareza, que, enquanto houver vetos pendentes de deliberação, ficam sobrestadas todas as demais proposições", afirmou.

Fonte: Agência Brasil