Flávio Dino: "Não podemos aceitar sermos últimos nos rankings"

 Em entrevista à Rádio Capital, o presidente da Embratur defendeu políticas regionais para incentivar crescimento igualitário no estado.

Flávio Dino - Embratur sensacional

“É preciso olhar para os problemas do Maranhão com coragem para encará-los e corrigi-los, sem mentir ou esconder os problemas que existem”, disse Flávio Dino, ao apontar iniciativas que podem ajudar a reverter os baixos índices socioeconômicos apresentados pelo Maranhão ao longo dos anos. Para ele, é necessário um novo modelo de desenvolvimento para o estado, que seja baseado nas potencialidades do Maranhão e do povo maranhense.

Em entrevista à Rádio Capital na manhã desta sexta (22), Flávio Dino destacou como alguns pontos para o desenvolvimento do Maranhão o investimento em setores como mudança no modelo educacional do Maranhão, a saúde pública, produção e indústria.

Dino defende a regionalização da universidade estadual, para que ela seja distribuída em cinco ou seis regiões do estado. “Precisamos de uma universidade em cada região. É preciso qualificar a mão-de-obra maranhense para que o nosso povo seja o beneficiário dos melhores empregos. Não adiantam grandes investimentos se os melhores empregos não ficam com os maranhenses, que não têm oportunidade de avançar nos estudos,” enfatizou.

Com a descentralização da educação, Flávio Dino propõe que seja amenizado outro problema do estado: o déficit de médicos no interior do Maranhão. Segundo estudo do Conselho Federal de Medicina, o Maranhão tem o segundo menor índice de médicos por habitante, e a maioria deles está concentrada na capital, São Luís.

“Neste instante em que estamos aqui conversando, há pelo menos 150 municípios sem médicos para atender a população. E este é um problema que envolve a centralização da educação. Como ter médico suficiente em 217 municípios com apenas dois cursos de medicina para um estado das dimensões do Maranhão?”, refletiu.

Política

Na manhã deste sábado (23), Flávio Dino participa de ato político do PDT em Imperatriz. Na pauta, a discussão de propostas para desenvolvimento da região a partir de um movimento de oposição ao modelo oligárquico implantado há 50 anos no Maranhão. A mudança de prioridades, tendo como foco a população e o incentivo às potencialidades de cada região.

“Amanhã começamos essa caminhada de discussão do Maranhão em Imperatriz. É como se fosse um ponto de partida na ampliação da discussão de um novo modelo de governança para o estado. Um governo que trabalhe, de fato, para o povo e não seja apenas de palanque". Entre outras lideranças da região, estarão presentes os deputados estaduais Valéria Macedo e Carlinhos Amorim (ambos do PDT), o vice-prefeito de São Luís, Roberto Rocha (PSB), o ex-governador José Reinaldo Tavares (PSB) e os deputados federais Simplício Araújo e Domingos Dutra.

Segundo Flávio, o movimento reúne lideranças políticas, comunitárias, movimentos sociais e sociedade civil na discussão de um novo modelo de governo para o Maranhão. Discutir o desenvolvimento da região sul do Maranhão, bem como as demais regiões do estado é um passo importante para que cada localidade seja pensada de acordo com suas potencialidades e não à mercê de promessas de grandes projetos que não trazem benefícios concretos à população que mais precisa.

“Como ficar a vida toda sufocado por um modelo que nos governa há 50 anos, mas que não consegue resolver os problemas reais do povo maranhense? Como ficar o resto da vida vendo sempre o Maranhão nas últimas posições dos rankings, sendo citado como exemplo negativo nos jornais nacionais? Não é isso que o Maranhão merece e não é isso que o Maranhão é. Ele é mais que esse sistema de poder coronelístico que se instalou em nosso estado,” refletiu.

Oposição unida

Questionado pelos entrevistadores Renato Sousa e Renato Sousa Júnior sobre a atual conjuntura do grupo de oposição, Flávio Dino destacou o sentimento de unidade que existe entre os partidos que apoiam uma mudança no modelo de governo estadual. “O que existe é uma tentativa de criar intrigas por parte de nossos adversários, para escamotear problemas que eles possuem. Mas isso em nada tem atrapalhado o nosso senso de união em busca de soluções para o nosso estado”.

Flávio Dino defendeu, ainda, a unidade da oposição nas eleições de 2014. Perguntado se seria ele o candidato ao governo do estado de oposição ao grupo Sarney, Flávio respondeu colocou seu nome à disposição para a disputa e que é pré-candidato ao governo do estado, mas que, caso seja decidido que outro nome seja o mais apto para a disputa, ele o apoiará. “Não só apoiarei, como darei meu voto e farei campanha para o candidato escolhido pelo nosso campo”.

Recordes no turismo

Como presidente da Embratur (função que ocupa há um ano e meio), Flávio Dino tem acumulado bons resultados reconhecidos nacional. Este ano, a Jornada Mundial da Juventude (evento promovido pela Igreja Católica) deverá trazer ao Brasil pelo menos 400 mil turistas estrangeiros. “Este deve ser o primeiro evento mundial comandado pelo novo Papa, que deve ser eleito em breve, onde teremos mais de dois milhões de jovens no Rio de Janeiro. Precisamos aproveitar este momento para divulgar outros destinos do Brasil, entre eles o Maranhão, que tem atributos turísticos únicos,” disse.

A possibilidade de São Luís figurar como sede de treinamento de uma das seleções que disputarão a Copa do Mundo também foi lembrada. Junto com esta possibilidade, São Luís e Barreirinhas estão incluídas na Rota das Emoções – itinerário sugerido pela Embratur aos turistas que visitarão Fortaleza (a uma hora de voo de São Luís) durante a Copa do Mundo de 2014. A Embratur tem mantido diálogo permanente com os secretários de turismo Jura Filho (estadual), Lula Fylho (São Luís) e Sérgio XXX (Barreirinhas) para incrementar a vinda de turistas estrangeiros ao Maranhão.

“A ideia é fazer com que o Maranhão participe desse ciclo virtuoso que o Brasil tem apresentado no turismo internacional. Temos diálogo permanente com 18 países e a Embratur gere mais de R$ 200 milhões anuais em políticas públicas para fazer com que o turismo internacional cresça no país, incrementando a economia brasileira” destacou.

Da Redação Vermelho Maranhão