Israel: Tzipi Livni aceita coalizão com governo de Netanyahu

O Hatnuah, partido israelense centrista fundado em 2012 por Tzipi Livni, teve uma reunião tensa nesta quarta-feira (20), em que Tzipi apresentou o acordo de coalizão com o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, assinado nesta terça-feira (19). 

Tzipi Livni e Salam Fayyad - Fórum Econômico Mundial

Tzipi foi líder da oposição no Knesset (parlamento israelense) entre 2009 e 2012, enquanto líder do partido Kadima, o maior do parlamento até as últimas eleições, em janeiro deste ano.

Antes da reunião a portas fechadas dos Membros do Knesset (MK) do Hatnuah, Tzipi deu uma declaração à imprensa sobre a decisão de juntar-se ao governo: “Todas as condições [para entrar na coalizão] não só foram totalmente cumpridas, mas até foram completadas. Recebemos o gerenciamento das conversações de paz; o Ministério da Justiça nos ajudará a promover nossa visão de mundo e prevenir contra o radicalismo que vimos no Knesset anterior.”

A ministra ainda completou que a decisão se devia à capacidade de o partido cumprir com a sua filosofia, através do governo. Tzipi é conhecida em Israel por defender a solução de dois Estados para o conflito entre israelenses e palestinos, apesar de seu histórico como oficial nas Forças de Defesa de Israel e de seu aval a operações militares. 

“O teste está por vir, inclusive com relação à igualdade ao portar o peso do serviço nacional”, ela disse. “O teste não é só nosso, é principalmente do primeiro ministro, mas também de outros partidos neste edifício. Sabemos que haverá críticas [à decisão]. Isso é legítimo, mas o teste está no futuro.”

Durante a reunião, Tzipi disse aos presentes que, ao contrário do visto na mídia, ela ainda não decidiu quem será o segundo ministro do Hatnuah. Também disse aos MK que ela e Netanyahu ainda não concordaram sobre o comitê que seu partido receberá, ou que MK seria seu presidente.

Nem todos os MK do partido estavam satisfeitos com as ações de Tzipi ao assinar o acordo de coalizão. Tzipi “não disse aos MK antes que ela tinha chegado a um acordo com Netanyahu,” disse um oficial do partido, “e ela contou à mídia sobre a assinatura do acordo antes que os membros do partido soubessem disso.”

Membros sênior do partido, próximos a Tzipi, deram outra perspectiva: ela “não se importa com outra coisa além das conversações de paz [com os palestinos]. Dessa perspectiva, ela conseguiu o que queria e ainda mais.” Um membro ainda disse que, se ela não conseguir dar resultados, pode demitir-se em dois anos e culpar Netanyahu pelo impasse.

Até 2009, Tzipi foi ministra das Relações Exteriores, e estava no cargo quando a operação militar Chumbo Derretido, contra Gaza, foi autorizada, no final de 2008; cerca de 1400 palestinos morreram. 

Com Haaretz,
Da Redação do Vermelho