Assentados integram programa ligado ao Minha Casa, Minha Vida

 Os assentados pela Reforma Agrária agora estão oficialmente inclusos no Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), integrado ao Minha Casa, Minha Vida. Após pressão dos trabalhadores rurais, a presidenta Dilma Rousseff inluiu os assentados no programa.  

Anteriormente, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) tinha um programa de habitação para os assentamentos, mas com a descentralização das funções do órgão, os movimentos sociais exigiam que fossem incluídos no PNHR, o que se consolidou com a publicação de uma portaria.

No Brasil, há por volta de 121 mil famílias assentadas que ainda não têm casa, segundo dados do Incra, tendo de morar em barracos e moradias precárias. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), foram identificados 909 assentamentos prioritários, com demanda para as moradias, e em 2013 serão atendidas 60 mil famílias, entre construção e reforma das casas.

“A portaria é um avanço se o governo realmente quer fazer dos assentamentos locais de combate à pobreza, como parte de uma produção rural diferenciada”, afirma Antonio de Miranda, da coordenação do setor de produção do MST.

Com a portaria aprovada, é necessário que se pense em um modelo de programa habitacional voltado aos beneficiários da Reforma Agrária. “Estamos dialogando com o governo para que, na renovação dos contratos do Minha Casa, Minha Vida, que vão ocorrer neste ano, se crie um programa de fato social, capaz de incluir todos os assentados. O programa de habitação do Incra, apesar de básico, conseguia massificar seus benefícios, e o mesmo precisa ocorrer com o PNHR”, afirma Miranda.

O coordenador do MST alega que, para ser um programa de fato social, o modelo do programa não pode se basear no financiamento, como é o modelo atual do Minha Casa, Minha Vida, beneficiando apenas pessoas que tenham determinada renda mensal. “O financiamento vai criar uma distinção, selecionando e excluindo as famílias que terão suas casas criadas. Para ser que atenda o público da Reforma Agrária, ele não pode excluir ninguém, e sim incluir todos que precisam”.

Segundo o MDA, o projeto vai funcionar em parceria com o Incra, que priorizará a aplicação de recursos de infraestrutura, como abastecimento de água e construção de vias de acesso nos assentamentos contemplados. Os assentados assistidos no Minha Casa, Minha Vida serão enquadrados no chamado Grupo 1, que recebe o maior subsídio do programa, de 96% sobre o valor da casa. As famílias beneficiadas pagarão apenas 4% do valor financiado, em quatro parcelas anuais, no valor médio de R$ 280,00.

Fonte: Página do MST