Irã e AEIA continuam negociações sobre programa nuclear 

Um senador iraniano disse nesta quarta-feira (13) que o Irã não se compromete com as exigências da Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA) para além do Tratado de Não Proliferação Nuclear, do qual é signatário, já que cumpre com as obrigações deste acordo.
 

Hossein Naghavi Hosseini, que é relator da Comissão de Segurança Nacional e de Política Externa da Majlis iraniana (assembleia consultiva islâmica) disse que as negociações entre a AEIA e o Irã estão se baseando em questões técnicas.

Ele ainda expressou sua esperança de que uma nova rodada de negociações trará bons resultados. A oitava rodada de negociações começou nesta quarta-feira (13) com os participantes oficiais e especialistas de ambos os lados.

A delegação da AEIA, chefiada pelo vice-diretor da agência, General Herman Nackaerts, chegou
a Teerã no começo do dia para uma visita breve, mas é possível que as negociações estendam-se ainda nesta quinta-feira (14). Ali-Asghar Soltanieh, enviado permanente do Irã à AEIA, chefia a delegação iraniana nas conversações.

A rodada anterior de negociações aconteceu também em Teerã, em 16 de janeiro, e ficou acordado que as partes manteriam os diálogos até que um compromisso razoável fosse alcançado.

Oficiais iranianos reclamaram do sistema de segurança da AEIA, que teria permitido o vazamento de informações secretas em visitas anteriores da agência ao país. Fereydoun Abbasi Davani, chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, pediu mais cuidado à agência e que as negociações focassem na construção de confiança entre as partes.

Obama pede "acordo diplomático"

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apelou para que o governo do Irã faça um acordo diplomático para encerrar a polêmica causada pelo programa nuclear desenvolvido pelo país. "É chegada a hora de [encontrar] uma solução diplomática, porque uma coligação está unida para exigir que eles [iranianos] cumpram suas obrigações", ressaltou Obama, em tom quase ameaçador.

A sugestão de "acordo diplomático" segue rodeada de sanções econômicas e políticas já aplicadas há anos contra o Irã pelos EUA e pela União Europeia, que ainda exigem dos iranianos a paralisação de um programa ao qual têm direito, alegando suspeitas ainda não comprovadas de fabricação de armas nucleares. 

Sobre seu próprio arsenal nuclear, o presidente norte-americano disse também que está disposto a negociar com o governo da Rússia uma redução adicional do arsenal de ambos os países.

As autoridades iranianas negam haver irregularidades e dizem que o programa tem fins pacíficos. Em janeiro, o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, Saeed Jalili, elogiou a retomada das reuniões com o P5+1 ( Rússia, China, França, Reino Unido, França, Estados Unidos e Alemanha).

De acordo com o iraniano, o Irã é signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear e membro da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e, portanto, tem o direito de desenvolver e adquirir tecnologia nuclear para fins pacíficos.

Com IRNA (Islamic Republic News Agency) e Lusa
Tradução da Redação do Vermelho