Governo sírio propõe diálogo com a oposição 

O governo do presidente da Síria, Bashar Al Assad, indicou que aceita dialogar com a oposição, desde que as conversas ocorram em território sírio.  “As portas de Damasco [capital síria] estão abertas a um diálogo no território sírio com a oposição do interior e exterior do país”, informou nesta quinta-feira (14), em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do país.

O texto, divulgado pela agência pública de notícias da Síria, a Sana, indica que as negociações devem ser baseadas “no programa para uma solução política que o governo sírio adotou e já começou” a implementar. A crise na Síria completa dois anos em março, e a estimativa é de que mais de 60 mil pessoas tenham morrido nos confrontos.

O ministro para a Reconciliação Nacional, Ali Haidar, disse que o diálogo nacional deve ocorrer em território sírio e sob a supervisão do país. Haidar acrescentou que o governo está disposto a dialogar com a oposição, se ela abandonar as armas, sem apresentar quaisquer outras condições para o início das negociações.

Em 30 de janeiro, o líder da Coligação Nacional das Forças da Revolução e Oposição Sírias, Muaz Al Jatib, apresentou um plano propondo o começo das negociações com o vice-presidente sírio, Faruq Al Shara. Na proposta, ele sugere o fim do governo Assad.

Consequências e ajuda internacional

A Organização das Nações Unidas (ONU) advertiu em 5 de fevereiro que se a violência na Síria não cessar mais de 4 milhões de pessoas precisarão de ajuda urgente e 2 milhões deverão se deslocar em busca de abrigo, internamente. Além disso, as autoridades estrangeiras identificaram o aumento de casos de hepatite A e leishmaniose. 

O porta-voz do Escritório de Ajuda Humanitária da ONU (Ocha), Jens Laerke, havia dito que a tendência é que a crise na Síria fique ainda mais acirrada. “As organizações lutam para tentar ajudar mais pessoas, mas a falta de acesso continua a ser o maior obstáculo”, disse. “Precisamos chegar a mais pessoas, tanto nas áreas controladas pelo governo quanto naquelas sob o comando da oposição e, muito importante, nas áreas onde ocorrem as hostilidades.”

A porta-voz do Programa Alimentar Mundial (PAM), Elisabeth Byrs, disse que há áreas “cujo controle muda constantemente” e que entre 40% e 45% das áreas onde a organização consegue trabalhar estão sob o comando da oposição.

Apesar da persistente dificuldade para chegar aos civis encurralados pelo conflito, o PAM anunciou que aumentará a ajuda alimentar no país, passando de 1,5 milhão de pessoas atendidas em janeiro para 2,5 milhões, em abril.

A representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) na Síria, Elisabeth Hoff, disse estar preocupada com a destruição dos sistemas de água e de saneamento básico, pois isso aumenta a ameaça de epidemias. Os serviços sanitários identificaram casos de hepatite A e de leishmaniose.

Com Agência Brasil