EUA fazem “avisos” sobre eleições no Quênia 

O secretário de Estado adjunto dos EUA para assuntos africanos, Johnnie Carson, pareceu contradizer a postura tomada pelo presidente Barack Obama sobre as eleições de 4 de março, no Quênia. Ele fez uma nota de atenção na quinta-feira (07), ao dizer que a escolha do presidente teria “consequências globais.” 

 Em declaração desde Washington, através de uma conferência virtual com repórteres na Embaixada dos EUA em Nairóbi, capital do Quênia, Carson disse que, mesmo que as eleições quenianas sejam um assunto queniano, seu resultado terá implicações já que um presidente “deve trabalhar com a comunidade internacional.”

“Indivíduos têm imagem, histórias e reputação. Quando são eleitos para liderar seus países, essa reputação não os deixa, eles não são separados,” disse Carson, em tom de cautela.

“Nós como Estados Unidos não temos um candidato ou escolha para as eleições; entretanto, as escolhas têm consequências, nós vivemos em um mundo interconectado e as pessoas devem levar em consideração o impacto que suas escolhas têm em sua nação, na economia da região e no mundo em que vivem”, disse Carson.

Na terça-feira (05), Obama fez uma declaração na Casa Branca, e disse que os EUA estavam preparados para aceitar e respeitar qualquer escolha feita pelo eleitorado queniano, em 4 de março. O presidente também pediu aos quenianos que rejeitassem qualquer incitação que poderia levar à violência que foi vista no país após a disputada eleição de 2007.

“A escolha de quem liderará o Quênia é do povo queniano. Os Estados Unidos não endossa qualquer candidato, mas nós apoiamos uma eleição pacífica e que reflita a vontade do povo”, Obama disse.

Carson repetiu o pedido de Obama de que as eleições sejam livres e justas, sem intimidação. O enviado disse que os líderes do país tinham que ser responsabilizados por suas ações antes, durante e após as eleições.

Ele disse ainda que uma eleição pacífica e bem sucedida garantirá a estabilidade da nação e continuará atraindo investimento estrangeiro, para abastecer o crescimento econômico do país.
“Responsabilização pela violência eleitoral, inclusive aquela experimentada em 2007-08, é uma parte importante na construção de um país pacífico e próspero”, disse Carson, que também sublinhou a queda do crescimento econômico depois das eleições generalizadas de 2007.

A mensagem de Obama, na terça-feira, foi bem recebida pelos candidatos presidenciais Uhuru Kenyatta, da Aliança Jubileu, e Raila Odinga, da Coalizão por Reforma e Democracia.

Fonte: All Africa
Tradução da Redação do Vermelho