Chá e vinho podem combater Alzheimer, diz pesquisa inglesa

De acordo com testes de laboratório feitos na Universidade de Leeds, no Reino Unido, substâncias químicas naturais encontradas no chá verde e no vinho tinto são capazes de quebrar o efeito da proteína causadora do mal de Alzheimer. Para os especialistas, é um erro achar que a doença é parte do envelhecimento e não tem cura.

Os autores da pesquisa explicam que a doença — capaz de degenerar o cérebro — começa quando os neurônios são intoxicados por uma proteína produzida pelo próprio corpo, a beta-amiloide. Todos nós temos esse peptídeo no organismo. Mas, de 15 anos para cá, passou a ser consenso na comunidade científica que pessoas com mal de Alzheimer têm a beta-amiloide dissolvida no sistema nervoso em forma de aglomerados, chamados de oligômeros. É a proteína neste formato que danifica os neurônios, impedindo a comunicação entre eles, num primeiro instante, para matar a célula tempos depois.

Desta vez, por meio de testes em laboratório, os pesquisadores britânicos descobriram que o resveratrol — substância encontrada na semente das uvas e no vinho tinto — teve capacidade de modificar o formato dos aglomerados de beta-amiloide de modo que não mais grudassem nas paredes das células. No chá verde, a substância que conseguiu remodelar os oligômeros foi o galato de epigalocatequina (EGCG, na sigla em inglês).

“Este é um importante passo para aumentar o entendimento da causa e progressão da doença de Alzheimer”, disse o líder da pesquisa, Nigel Hooper, em anúncio feito pela universidade. “É um engano que o Alzheimer seja uma parte natural do envelhecimento; é uma doença que acreditamos que pode ser curada ao encontrar novas oportunidades farmacêuticas, como esta”.

O mal de Alzheimer é a principal causa de demência em idosos, leva à morte e atinge duas vezes mais as mulheres que homens. A neurologista Valéria Bahia, integrante da Sociedade Brasileira de Neurologia, explica que 0,2% das pessoas acima de 60 anos têm a doença. A partir dessa idade, a cada cinco anos, a incidência do mal de Alzheimer é dobrada.

Com informações de O Globo