Renan Calheiros é eleito, mais uma vez, para presidir o Senado

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi eleito presidente do Senado. Ele recebeu 56 votos, contra 18 dados ao senador Pedro Taques (PDT-MT), que também concorria ao cargo. Houve dois votos nulos e dois em branco. Após quase quatro horas de sessão – na qual discursaram 18 senadores, os dois candidatos e o presidente José Sarney (PMDB-AP), que se despediu do cargo – os senadores participaram da votação.  Essa é a segunda vez que Renan assume o cargo.

Renan Calheiros é eleito, mais uma vez, para presidir o Senado - Agência Senado

Por meio de cédulas de papel, os 78 senadores presentes no Plenário escolheram entre Renan Calheiros (PMDB-AL), indicado pelo PMDB, maior bancada do Senado, e Pedro Taques (PDT-MT), indicado pelo PDT e apoiado por partidos de oposição.

Antes do início da votação, Sarney fez um discurso de encerramento de seus dois anos à frente da Presidência da Casa. Também Renan Calheiros e Pedro Taques falaram aos colegas, defendendo suas candidaturas e analisando os desafios a serem enfrentados pelo Parlamento. Antes, 18 senadores se manifestaram, em apoio a um ou a outro candidato.

Entre os oradores, o novo líder do PT no Senado, Wellington Dias (PT-PI), afirmou que seu partido, com a segunda maior bancada na Casa, respeitará o critério da proporcionalidade para escolha do presidente e dos demais membros da Mesa Diretora.

E confirmou o nome do senador Jorge Viana (PT-AC) para ocupar o cargo de 1º vice-presidente do Senado. A eleição para o cargo – assim como dos nomes dos demais integrantes da Mesa – se dará após a escolha do novo presidente da Casa.

“Nossa bancada por unanimidade tomou a decisão de respeitar a proporcionalidade não só em relação ao PMDB, mas em relação aos demais partidos”, afirmou Dias. Segundo o senador pelo Piauí, o atual modelo de escolha da Mesa proporciona respeito a pluraridade partidária e à decisão dos eleitores nas urnas.

Em nome da bancada petista, Dias elogiou também a forma serena e transparente com que o senador José Sarney (PDMB-AP) conduziu o Senado nos últimos quatro anos.

Encerrados os discursos dos dois candidatos defendendo suas candidaturas à Presidência do Senado, o presidente José Sarney fez seu discurso de despedida. Ele falou sobre as decisões administrativas adotadas, sempre ouvindo os líderes partidários, que permitiram a modernização da Casa. Sarney também destacou o papel dos veículos de comunicação da Casa como instrumentos valiosos para aproximar a população das decisões do parlamento.

Defesa do parlamentarismo

Sarney lembrou que a Constituição completa 25 anos e que o Brasil vive o mais longo período democrático da República, sem intervenções militares ou estados de exceção, e disse que é hora de mudar o regime político.

“Para alcançarmos a plenitude democrática, acredito que devemos marchar para o sistema de governo parlamentarista, que prevalece nas mais importantes democracias. São sonhos que continuam abertos ao debate nacional”, afirmou.

De acordo com Sarney, o Parlamento sofre hoje, em todo o mundo, críticas da mídia e incompreensão da sociedade. Em sua opinião, isso acontece pelo descompasso entre o tempo legislativo e a velocidade da comunicação em tempo real, onde parece que as leis podem ser feitas sem o complexo processo de examinar suas repercussões e alternativas, formar consensos e maiorias. Na avaliação de Sarney, a confecção de leis pelo Legislativo contrasta com o tempo do Executivo e do Judiciário, que podem decidir mediante atos solitários.

No discurso de despedida, Sarney também afirmou que a democracia é o melhor dos regimes para todos aqueles que acreditam na liberdade. Renovando sua crença nessa doutrina, ele citou Churchill: “a democracia é a pior forma de governo, com exceção de todas as outras que foram tentadas”.

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Da Redação em Brasília