Hillary se despede do Departamento de Estado dos EUA

Hillary Rodham Clinton se despede nesta sexta-feira (01) do cargo de Secretária de Estado dos EUA, substituída pelo senador democrata John Kerry. Ela fez uma crítica sobre seu tempo durante a primeira administração Obama e falou do futuro da diplomacia do país.

Em janeiro de 2009, recorda Hillary, os EUA estavam em “duas guerras, numa economia em queda livre, na fragilidade de suas alianças tradicionais, e [com sua] postura diplomática danificada”, segundo o diário USA Today. “E em todo o mundo, as pessoas questionam o comprometimento dos [norte-] americanos com valores fundamentais e nossa habilidade de manter nossa liderança global”, continuou.

O diário estadunidense diz que “[Hillary] Clinton deixa o cargo depois de quarto anos turbulentos para a política externa” dos EUA, em referência ao assassinato de Osama Bin Laden, ao final da guerra no Iraque e da morte do embaixador do país na Líbia, “o primeiro enviado-chefe a ser morto cumprindo seu dever em mais de 30 anos”.

Mesmo quando mencionando os “sucessos” da política externa estadunidense durante seu trabalho, Hillary disse que os Estados Unidos precisam consolidar um “poder inteligente” (smart power, em inglês, numa referência à teoria geoestratégica que favorece a influência diplomática, política e cultural, em detrimento da coercitiva, sobre outros países), num mundo em que as balanças de influência estão mudando rapidamente. “Precisamos de uma nova arquitetura para um novo mundo”, continuou.

A ex-secretária de Estado refletiu também sobre a necessidade de mais diplomatas pessoalmente dedicados ao trabalho. Nos seus quatro anos de trabalho, Hillary percorreu milhares de quilômetros e visitou 112 países, apesar dos constantes desencontros diplomáticos com líderes como o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, num contexto delicado em que os EUA lideram o grupo dedicado a aplicar e propagar sanções arbitrárias contra os persas. Esta, sem dúvida, será uma das heranças fracassadas deixadas.

Substituto

John Kerry, cuja nomeação para ser o próximo secretário de Estado foi confirmada pelo Senado dos EUA na quinta-feira (31), fará seu juramento nesta sexta-feira (01), e assumirá o cargo enquanto a administração Obama encara várias problemáticas urgentes no cenário internacional.

Os exemplos são: o conflito na Síria, em que os EUA mantêm uma constante ameaça de tomar partido ainda mais ativamente já há algum tempo; as tropas no Afeganistão, a serem retiradas completamente ou parcialmente em 2014; os grupos africanos que os EUA afirmam estarem ligados a Al-Qaeda. Assim como a escolha do novo secretário de Defesa, Chuck Hagel, a escolha de John Kerry como o novo secretário de Estado, também traz expectativas num cenário em que, como lembrou Hillary, o mundo todo questiona os Estados Unidos.

Da Redação do Vermelho
Moara Crivelente