Conheça as diferenças entre muriçoca e mosquito da dengue

A muriçoca e o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, vivem mais sob calor e umidade, condição que se verifica no Ceará nos primeiros meses do ano. Os dois insetos se alimentam de sangue humano e as semelhanças terminam aí. Mais agressiva, a muriçoca tem hábitos noturnos e entra nas casas à noite para se alimentar.

O zumbido perto do ouvido e a picada dolorida perturbam o sono dos moradores, mas a muriçoca não transmite no Estado doenças a ela relacionadas, como a filariose. De forma diferente, o Aedes aegypti vive no ambiente domiciliar, não produz zumbido e a picada geralmente não é sentida. Mais ativo durante o dia, especialmente no início da manhã e no final da tarde, a fêmea do mosquito se alimenta do sangue para maturar seus ovos e transmite a dengue quando infectada pelo vírus da doença em circulação. Apesar de menos agressivo, o Aedes aegypti pode ser mais letal, já que a doença por ele transmitida pode levar à morte em casos graves.

Diferentemente da muriçoca, que põe os ovos diretamente em águas sujas, ricas em dejetos materiais orgânicos em decomposição, como esgotos a céu aberto, a fêmea do Aedes aegypti deposita os ovos nas bordas de reservatórios de água limpa, geralmente encontrados dentro das residências, notadamente em períodos de estiagem, quando as famílias costumam armazenar em depósitos e potes a água para o consumo doméstico.

Por isso, para a prevenção da dengue, é fundamental evitar o acúmulo de água parada que não pode ser protegida. A orientação da Secretaria da Saúde do Estado é de que pelo menos uma vez por semana as famílias façam a limpeza rigorosa em todos os depósitos que acumulam água e até eliminem os reservatórios de água limpa e parada.

Outras medidas devem ser observadas: telar caixas d'água, manter tampados tonéis e reservatórios de água, desentupir ralos que possam acumular água, jogar fora pneus velhos, evitar deixar garrafas e recipientes que possam acumular água da chuva em área descoberta e virá-los de cabeça para baixo, e eliminar pratinhos com água embaixo dos vasos de planta.

Os ovos da muriçoca não sobrevivem fora d'água. Já os ovos do Aedes aegypti ficam por mais de um ano nas bordas das caixas d`água, tinas, baldes, garrafas, latas. No contato com a água, eclodem e saem por aí ameaçando a saúde da população, transmitindo uma doença que deixa as pessoas com dores nas articulações, febre, dor de cabeça e que pode matar.

Para o controle da dengue, os prefeitos e secretários municipais de saúde devem assegurar o reforço das ações de controle focal do mosquito, casa a casa, pelos agentes de endemias, garantir a supervisão de campo das ações de agentes de endemias e a disponibilidade de equipamentos de proteção individual (EPI), realizar mutirão de limpeza urbana, convocando a população para colaborar, limpando os quintais, principalmente no período que antecede as chuvas, implantar ou implementar as ações de vedação de caixas d'água com tela ou cimento, realizar atividade de mobilização social especialmente nas escolas municipais (gincanas, concursos de redação e peças de teatros).

Municípios

Na área de vigilância e assistência, os municípios devem assegurar a notificação imediata de todos os casos para a vigilância epidemiológica, alertar todos os profissionais da Saúde da Família e da rede hospitalar sobre o diagnóstico e tratamento dos casos de dengue, garantir o estoque de medicamentos e material de laboratório que permita o diagnóstico e tratamento precoces e garantir o fluxo de atendimento e referência para pacientes com dengue hemorrágico ou dengue com complicação.

Fonte: Sesa