Parlamento Europeu: desemprego na Europa é vergonha inaceitável

O presidente do Parlamento Europeu, Michael Schulz, qualificou nesta segunda-feira (28) como uma vergonha inaceitável que em países como a Espanha o desemprego juvenil supere 50%, e por isso exigiu maior presença dos sindicatos.

Durante uma conferência de alto nível para comemorar o 40º aniversário da Confederação Europeia de Sindicatos, Schulz indicou que as cifras de desemprego fazem que sua redução seja o primeiro objetivo das políticas comunitárias.

Segundo ele, os cortes têm sido “uma transferência de recursos dos cidadãos aos bancos”, e lançou uma mensagem às organizações sindicais: "venham vocês ao Parlamento Europeu e nos ajudem".

O Comissário Europeu de Assuntos Econômicos, Olli Rhen, destacou o diálogo social e o papel crucial dos sindicatos para combater a crise e em particular a grave deterioração do mercado trabalhista na União Europeia (UE).

Rhen afirmou que apesar de ser esperado para 2013 um crescimento gradual, e em 2014 uma recuperação mais profunda, “não há espaço para a complacência porque a crise evidenciou falhas estruturais que devem ser resolvidas”.

Disse ainda que logo será estabelecido o mecanismo de vigilância dos bancos, entre outras políticas para que uma união econômica e monetária genuína e autêntica seja condição para criar empregos.

Para ele, é “urgente combater o grave detrimento da competitividade que deu espaço a um desemprego estrutural com saldo de 2,5 milhões de postos de trabalho perdidos em países como a França e a Espanha em 10 anos”. E fez um chamado a continuar as “reformas no mercado trabalhista de maneira que sejam equilibradas e com o objetivo de acabar com os obstáculos à criação de emprego”.

Desocupados

Na UE os desocupados superam os 26 milhões, enquanto que a situação mais crítica está na Zona do Euro, onde o desemprego chegou a 18,8 milhões de pessoas, a maior cifra desde que foi adotada a moeda única em 1999.

A Espanha lidera a lista com uma taxa de desemprego excepcional de 26,6%, depois vem a Grécia, onde chegou a 26%, e Portugal 16,3% em um ano.

As políticas de austeridade implementadas para enfrentar a crise da dívida europeia e para cumprir com as condições impostas pelos pacotes de resgate atentaram contra os postos de trabalho, que não cedem.

Fonte: Prensa Latina