Municípios precisam de equipamentos para libertar as mulheres

A construção de creches, restaurantes populares e lavanderias públicas nos municípios vão garantir mais tempo livre para que as mulheres possam participar do mundo do trabalho, da vida política e de atividades sociais e esportivas. Essa foi a recomendação dada aos prefeitos na mesa temática sobre mulheres no Encontro Nacional de Prefeitos (as) e vices- prefeitos (as) do PCdoB, este final de semana, em Brasília (DF).

A secretária municipal de Políticas para Mulheres do Rio de Janeiro, Ana Rocha, defendeu a criação das secretarias municipais que facilitam a execução das políticas para as mulheres, porque tem orçamento, estrutura e capacidade de articulação.

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A exemplo da outra palestrante – Beatriz Helena Matté Gregory, coordenadora-geral de Esporte e Lazer da Secretária de Políticas para as Mulheres (SPM) -, ela enfatizou o papel da Secretaria Municipal da Mulher para garantir a articulação com os outros órgãos do município que permitam a transversalidade das políticas públicas para as mulheres.

Ana Rocha disse que se o município não tiver condições de criar logo essa estrutura, que a tenha como perspectiva, porque é importante para o desenvolvimento da cidade favorecer a questão de mulher. Segundo ela, a visão geral do desenvolvimento deve considerar ações que diminuam a sobrecarga da mulher no enfrentamento da vida real.

Para e com as mulheres

Beatriz Gregory fez a defesa de fazer política para as mulheres e com as mulheres. Ela chamou atenção para o fato de que apesar dos avanços, ainda há forte opressão contras as mulheres, por isso tem que cuidar das causas específicas, além da busca pela emancipação humana.

Para ela, os governos nas diversas esferas devem se ocupar com as políticas públicas para as mulheres permanentes, que não sejam resultado de uma decisão individual de um ou outro gestor. E explicou que essas políticas públicas se distribuem no conjunto das ações dos outros órgãos.

Para garantir orçamento para execução das políticas para mulheres, ela disse que as prefeituras devem aproveitar os programas já existentes no governo federal e estadual. Ela disse que para capacitação profissional, podem ser usados o Mulheres Mil, do MEC; Pronatec, o Sudeco etc.

Ela destacou que a garantia de renda e acesso ao trabalho é o que vai permitir a autonomia econômica das mulheres e que elas enfrentarem as outras questões de opressão. E sugeriu a construção de creches, restaurantes populares e lavanderias públicas para garantir tempo para as mulheres participarem da vida pública, seja no trabalho, na política, nas atividades sociais e esportivas.

A secretária da Mulher do PCdoB, Liège Rocha, que coordenou a mesa, defendeu uma gestão sensível a questão de gênero e das mulheres,que são metade da população e tem participado das grandes lutas e protagonistas de execução de ações que podem mudar a realidade. Ela alertou ainda prá necessidade de mudar a cultura para alterar a realidade que leva as desigualdades todas.

De Brasília
Márcia Xavier