Assentamento Milton Santos: grupo desocupa Instituto Lula

Após 32 horas, o grupo do Assentamento Milton Santos, que o Instituto Lula, na Zona Sul de São Paulo, nesta quarta-feira (23), deixou o prédio. O grupo protestou contra o possível despejo por ordem judicial de 68 famílias do assentamento Milton Santos, em Americana (SP).

Em assembleia, eles decidiram deixar o prédio e foram para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), onde havia um encontro agendado com o presidente do órgão, Carlos Guedes. Se, durante a invasão, renderam o caseiro do instituto, na saída aplaudiram uma das funcionárias, Nina Santos, neta do geógrafo que dá nome ao assentamento sob risco de despejo.

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Assentamento Milton Santos: Instituto Lula é solidário, diz Dulci

Por meio de interlocutores, Lula afirmou que concordava com a reivindicação dos manifestantes. Nesta quinta-feira (24), o Instituto Lula divulgou nota afirmando que "reitera" a solidariedade à causa das famílias.

Leia nota do Instituto Lula:

Hoje, às 14 horas, os manifestantes que ocupavam o Instituto Lula deixaram a sede da entidade pacificamente e se encaminharam ao Incra, órgão do Ministério do Desenvolvimento Agrário com poder institucional para negociar soluções para as famílias do assentamento Milton Santos, de Americana, ameaçadas de despejo por decisão judicial.

Foram cerca de 32 horas de ocupação, ao longo das quais os diretores do Instituto orientaram os ocupantes a conversar com o Incra e com as autoridades governamentais, uma vez que o Instituto não tem mandato ou autoridade para atuar como parte do movimento ou como negociador junto ao governo.

Reiteramos nossa solidariedade à causa das famílias do assentamento. Esperamos que elas permaneçam nas terras onde vivem e produzem. Lamentamos, todavia, que o Instituto tenha sido colocado como parte de um problema que não está na sua alçada.

O Instituto foi constituído para preservar o legado dos governos do presidente Lula e para trabalhar em projetos de desenvolvimento social na África e pela integração da América Latina. A questão agrária não está entre os seus objetivos institucionais.

Antes da desocupação, integrantes do Instituto fizeram a vistoria no prédio e constaram que não ocorreu nenhum dano material.