Assentamento Milton Santos: grupo desocupa Instituto Lula
Após 32 horas, o grupo do Assentamento Milton Santos, que o Instituto Lula, na Zona Sul de São Paulo, nesta quarta-feira (23), deixou o prédio. O grupo protestou contra o possível despejo por ordem judicial de 68 famílias do assentamento Milton Santos, em Americana (SP).
Publicado 25/01/2013 09:34
Em assembleia, eles decidiram deixar o prédio e foram para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), onde havia um encontro agendado com o presidente do órgão, Carlos Guedes. Se, durante a invasão, renderam o caseiro do instituto, na saída aplaudiram uma das funcionárias, Nina Santos, neta do geógrafo que dá nome ao assentamento sob risco de despejo.
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Assentamento Milton Santos: Instituto Lula é solidário, diz Dulci
Por meio de interlocutores, Lula afirmou que concordava com a reivindicação dos manifestantes. Nesta quinta-feira (24), o Instituto Lula divulgou nota afirmando que "reitera" a solidariedade à causa das famílias.
Leia nota do Instituto Lula:
Foram cerca de 32 horas de ocupação, ao longo das quais os diretores do Instituto orientaram os ocupantes a conversar com o Incra e com as autoridades governamentais, uma vez que o Instituto não tem mandato ou autoridade para atuar como parte do movimento ou como negociador junto ao governo.
Reiteramos nossa solidariedade à causa das famílias do assentamento. Esperamos que elas permaneçam nas terras onde vivem e produzem. Lamentamos, todavia, que o Instituto tenha sido colocado como parte de um problema que não está na sua alçada.
O Instituto foi constituído para preservar o legado dos governos do presidente Lula e para trabalhar em projetos de desenvolvimento social na África e pela integração da América Latina. A questão agrária não está entre os seus objetivos institucionais.
Antes da desocupação, integrantes do Instituto fizeram a vistoria no prédio e constaram que não ocorreu nenhum dano material.