Netanyahu vence eleições em Israel por estreita margem

O partido direitista Likud liderado por Benjamin Netanyahu conquistou o primeiro lugar nas eleições desta terça-feira, elegendo de 31 a 33 deputados de um total de 120. Em segundo lugar aparece o partido centrista Yesh Atid (Há um Futuro) com 19; em terceiro, o Partido Trabalhista (15 a 17 assentos). O ultradireitista e fundamentalista religioso Habayit Hayehudi (Casa Judaica) alcança 11 cadeiras, ao passo que a Lista de esquerda Meretz elege seis deputados e a Lista Árabe Unida cinco.

Horas depois do fechamento das urnas na terça-feira, e depois de cerca de 95% dos votos apurados, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu foi confirmado como vencedor para exercer o terceiro mandato, mas a disputa entre os blocos considerados de direita e de esquerda no espectro político israelense ficou praticamente empatada.

O partido direitista Likud do primeiro-ministro perdeu votos e cadeiras no Parlamento, pois na última eleição, em 2009, elegera 42 deputados. Ao conhecer os resultados, Netenyahu anunciou que já está trabalhando para a formação de "um governo tão amplo quanto seja possível”, pois não tendo maioria absoluta, o Likud terá que formar uma coalizão para governar o país.

"Estou orgulhoso de ser o primeiro-ministro e agradeço por me dar a oportunidade, pela terceira vez, para liderar o Estado de Israel", disse Netanyahu, afirmando ainda que o encargo é para ele uma “honra” e também uma “grande responsabilidade”.

Os resultados finais das eleições só serão proclamados na próxima quarta-feira, o que impõe restrições para o presidente Shimon Peres realizar consultas aos líderes partidários sobre a quem ele deve pedir para formar a coalizão de governo. Mas, fontes do gabinete presidencial dizem que ele prefere não esperar tanto tempo e é provável que peça para Netanyahu formar o próximo governo até o final desta semana.

A líder do Partido Trabalhista, Shelly Yacimovich, disse que já tinha iniciado contatos com vistas a formar um bloco de “centro-esquerda” para evitar que Netanyahu continue como primeiro-ministro.

"Eu farei tudo o que estiver ao meu alcance para criar uma coalizão de partidos com uma agenda social e econômica compartilhada, que também irá dar passos no processo de paz", disse Yacimovich, que teceu duras críticas a Netanyahu.

A maior surpresa desta eleição foi o partido Yesh Atid (Há um Futuro), considerado “centrista”, dirigido por Yair Lapid, um político estreante, que conquistou 19 assentos no Parlamento, bem acima das previsões. O Yesh Atid decidirá entre as opções de liderar a oposição ou se unir à coalizão liderada por Netanyahu.

Por seu turno, o partido ultradireitista e fundamentalista religioso Habayit Hayehudi (Casa Judaica), liderado por Naftali Bennett, considerado estrela ascendente da política israelense, sofreu uma decepção e, contrariando as pesquisas eleitorais, ficou com apenas 11 cadeiras.

A formação de um governo liderado pelo partido direitista Likud, de Netanyahu, agravará a já tensa situação no Oriente Médio. Tudo indica que se manterá a política de linha dura com os palestinos, que inviabiliza a paz, pois Netanyahu é um inimigo declarado da criação de um Estado palestino independente. Igualmente em relação ao Irã, o primeiro-ministro tem pautado sua atuação pela intolerância, fomentando crises com o país persa. Logo após o anúncio de que saíra vencedor, o líder sionista declarou que “o primeiro desafio do próximo governo continuará sendo impedir o Irã de produzir a arma nuclear".

Com agências