Mapuches e governo dialogarão sobre conflito no Chile 

Funcionários do governo chileno e líderes das comunidades Mapuches da Araucania farão uma reunião, nesta segunda-feira (21), em uma nova jornada de diálogo sobre o conflito na região.

mapuches

Para estas novas conversas confirmou-se que estarão presentes o ministro do Interior , Andrés Chadwick, e o ministro do Desenvolvimento Social, Joaquín Lavín, além dos representantes da comunidade mapuche. O diálogo tem o objetivo de analisar a situação na região, que tem sido cenário de um conflito histórico pela solicitação das terras ancestrais. 

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A reunião que ocorreu na última segunda-feira (14) na Araucania não resultou, pois os senadores Jaime Quintana e René Saffirio, mostraram sua indignação por considerarem que a lógica policial do governo continua. O governo deseja que o parlamento chileno outorgue o projeto de lei "anti-encapuzados”, conhecido como Lei Hinzpeter, que consideram uma sanção contra o protesto social.

O presidente Sebastián Piñera descartou que vai ceder diante da reclamação de autonomia das comunidades mapuches. O porta-voz do Conselho de Todas as Terras, Aucán Huilcamán, um dos principais organizadores da recente Cúpula Mapuche de Cerro Ñielol, ocasião onde os povos originários reiteraram seu pedido de autodeterminação, informou que não estará presente neste encontro.

Huilcamán disse que “a autodeterminação deve consistir em um regime autônomo e os tratados devem ser respeitados e cumpridos, em sintonia com os pactos de 1823 e 1825 que reconhecem este povo originário como uma comunidade, com fronteira definida".

A comunidade mapuche, considerada como a etnia indígena com maior população do Chile, demanda, há mais de uma década, a restituição das terras pelo direito ancestral. A população mapuche é de aproximadamente 700 mil pessoas sobre uma população de 16,5 milhões de habitantes, com níveis de pobreza que quase dobram no resto do país.

Com Telesur