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Jamil: violência em SP é fruto de gestão equivocada e sem projeto

O avanço da criminalidade em São Paulo tem elevado os níveis de insegurança por parte da população. De acordo com pesquisa Ibope encomendada pela Rede Nossa São Paulo, a sensação de insegurança do paulistano atingiu seu maior nível desde 2008.

Joanne Mota, da Rádio Vermelho em São Paulo

Segundo o estudo, que foi divulgado nesta quinta-feira (17), 91% dos entrevistados consideraram pouco ou nada seguro viver na capital paulista – em 2008, eram 87%, sendo que o menor índice foi em 2010 (84%). 

Em entrevista à Rádio Vermelho, o ex-vereador pelo PCdoB de São Paulo Jamil Murad explicou que este cenário reflete o caos e a adoção de uma política de segurança equivocada.

“Hoje, a insegurança em São Paulo é total. Isso é fruto de uma política absolutamente errada, herdada ainda do Regime Militar, mantida pelas gestões tucanas e ampliada durante a gestão do governador Geraldo Alckmin”, dispara o comunista”.

Segundo ele, o governo estadual potencializou a violência ao querer resolver esse problema com mais violência. “O que assistimos em nossa capital é a implantação da política do olho-por-olho, dente-por-dente. Assistimos o Estado implementar ações contra o crime organizado que só atingem o povo. Ou seja, a estratégia adotada pelo governo tucano condenou à morte diversos cidadãos”.

Mais dados

De acordo com a pesquisa, ao todo, 46% classificaram a capital paulista como "pouco segura" e outros 45% a avaliaram como "nada segura" – no ano anterior, esse índice era de 35%. Apenas 9% dos entrevistados disseram se sentir seguros, sendo que a opção "muito segura" não passou de 0%.

Questionados sobre do que mais têm medo, 71% dos entrevistados responderam a "violência em geral"; 63% disseram temer "roubos e assaltos" e 41% afirmaram ter medo de "sair à noite".

Já ao serem questionados sobre quais medidas deveriam ser feitas para diminuir a violência, a resposta mais citada foi "combater a corrupção na polícia e nos presídios", seguida por "criar oportunidades de trabalho para jovens de baixa renda" e "aumentar o número de policiais nas ruas".

Clamor da população

Jamil reafirma que o Estado não deve fazer justiça com as próprias mãos e que os paulistanos clamam por uma nova política pública de segurança. “São Paulo clama por uma nova forma de governo, especialmente no que se refere à segurança. O Estado deve criar mecanismo para inibir a postura do extermínio assumida por diversos segmentos da polícia e dar condições para que a violência seja sufocada por ações que coloquem a população em um novo patamar”, explicou.

Para o comunista, “é chegada a hora de exigir uma política de humanização para São Paulo, que ataque os problemas com reformas estruturais profundas. Tais reformas devem estar amparadas pelo crivo da sociedade, esta que é a mais afetada pela ataul situação de São Paulo. É preciso se antecipar aos problemas. É assim que se governa”.

Durante a entrevista, Jamil citou a posição assumida pela atual gestão municipal de São Paulo, que se antecipou e procurou a população para discutir medidas emergenciais para as áreas de risco atingidas pelas chuvas de verão. “Haddad e Nádia iniciaram sua gestão ouvindo quem confiou neles. Escutaram o povo e traçaram medidas emergenciais nunca antes realizadas”, pontuou.

Contribuição do governo municipal

Ao falar sobre a defesa do PCdoB por cidades mais humanas, Jamil destacou que está otimista com a gestão municipal da capital paulistana. Segundo ele, a dobradinha Haddad e Nádia fará a diferença no cenário político e mostrará que há um outro caminho para resolver os problemas de São Paulo.

“Tenho plena convicção de que as coisas irão melhorar. Digo isso porque estamos diante de uma outra concepção de gestão, que prima pela participação social e tem como objetivo último o melhor para a sociedade", finalizou Jamil.

Ouça a íntegra na Rádio Vermelho: