"Jamais imaginei que o quadro fosse tão grave", diz Edivaldo

Edivaldo Holanda Júnior e Roberto Rocha

Após duas semanas a frente da prefeitura de São Luís, Edivaldo Holanda Júnior (PTC) já sentiu as dificuldades que vai ter pela frente, a comissão de transição montada para ter noção de um cenário financeiro e administrativo que teria pela frente, não conseguiu reunir as informações necessários para prepara-lo para essa situação, esta sendo responsabilizada pela antiga administração, que dificultou ao máximo o repasse de informações ao prefeito eleito na oportunidade.

Logo que foi empossado, junto a sua equipe de secretariado, o prefeito determinou que todos partissem ao trabalho e dada a ordem, números e dívidas da antiga gestão foram aparecendo, o que se imaginava ser um montante a equivalente a R$500 milhões, logo descobriu-se que tratava de mais de R$1 bilhão.

Com um discurso de busca de parceria, Edivaldo procurou a governadora Roseana Sarney (PMDB) na última semana para tentar fechar uma parceria institucional, mesma determinação foi dada ao secretariado, orientação cumprida e executada. Apesar do apoio ainda ser pontual, o interesse é que esta seja ampliada para tirar São Luís do caos que está instalada.

Em entrevista concedida ao jornal O Imparcial fala dos problemas enfretados nos primeiros dias de gestão, comenta o que deve ser feito para que a oposição a vitória em 2014 e revela que a prefeitura já tem a sua cara, sua forma de trabalho. Apesar da brevidade nas palavras, Edivaldo mostra segurança e certeza de que está no caminho certo. Confira:

O Imparcial: Prefeito o senhor chegou a imaginar que iria encontrar a prefeitura nesse estado caótico?
Edivaldo Holanda Júnior: Sabia que a situação não estava nada boa, mas jamais imaginei que o quadro fosse tão grave. Nossa cidade foi muito maltratada, com todos os serviços deteriorados. Infelizmente é uma situação de caos mesmo.

O que o senhor considerado mais problemático e grave?
Tudo requer urgência. Saúde, educação, salários dos servidores, transporte, enfim, tudo está muito problemático e requerendo de nossa parte uma ação enérgica. No momento a situação da saúde é aflitiva, o que nos levou ao estado de emergência para que possamos retomar a normalidade.

Até o momento o seu discurso é muito conciliador. Está mostrando-se interessado em manter o dialogo com a governadora e ela também. Acabou o tensionamento entre prefeitura e governo?
Somos de posição políticas diferentes, mas temos que buscar o diálogo, o entendimento em torno de questões referentes à gestão pública. União, Estado e Município tem responsabilidades complementares na execução das políticas públicas. Eu fui à governadora propor uma parceria institucional e creio que isso é muito importante para toda a cidade.

O senhor tá confiante em uma possível parceria com o governo? Esta seria permanente? E quais são os dados concretos que ela solicitou ao senhor?

Antes mesmo da reunião com a governadora Roseana Sarney já tínhamos encaminhado uma proposta concreta através da Secretaria Municipal de Saúde. Qual é? A manutenção da presença do Estado nos socorrões e demais unidades de saúde municipais. Recebemos uma prefeitura em estado caótico e não temos condições de sanear a saúde no curtíssimo prazo. Ainda aguardamos que a governadora Roseana Sarney atenda nossa solicitação.

Hoje um dos maiores problemas do município é o orçamento. O senhor declarou que boa parte dos R$2,5 bilhões disponibilizados a prefeitura em 2013 já estão comprometidos. Porém existe uma saída, através de uma suplementação desse orçamento de cerca de 25% de acordo com a arrecadação tributária. Existe algum plano para alcançar esse suplemento financeiro?

Estamos fazendo uma coisa de cada vez, com foco na busca de resultados concretos para melhorar a situação de nossa cidade. Vamos melhorar sensivelmente nossas receitas, mas isso requer tempo. Vamos também otimizar a aplicação dos recursos provenientes da União.

No dia da sua posse, o seu discurso foi classificado com características de campanha, afinal o senhor estava tomado pela emoção da data. O senhor considera aquela manifestação como um desabafo, diante da administração anterior?
Não, de jeito nenhum. Foi uma manifestação responsável de quem recebeu uma cidade abandonada. Não se trata de um discurso de campanha, mas sim de uma afirmação clara de quem não acha normal tanto descalabro administrativo.

Durante a campanha o senhor disse que ia criar as sub-prefeituras. Algumas pessoas defendem que o Centro Histórico precisa de um subprefeito, que centralize o poder na área, repleta de demandas urgentes e fundamentais para a preservação do patrimônio histórico. Esse cargo já está previsto na estrutura orçamentária do município?
A Fundação Municipal do Patrimônio Histórico tem intervenções muito fortes para o nosso centro histórico. Temos a previsão de grandes ações ali com recursos do governo federal.

Os primeiros resultados devem ser apresentados nos primeiros 120 dias de mandato, mas já existe uma cobrança por sua parte ao secretariado?
Desde o primeiro dia estamos trabalhando. Quando dei posse aos secretários disse claramente: – ao trabalho! Todos estão motivados, agindo com muito despreendimento e competência. Os resultados vão aparecer, podem ter certeza.

Quando foi dito a "boa imprensa" está convocada para ajudar na gestão da prefeitura. Qual a intenção? Uma trégua dos críticos ao seu governo?
Estamos convocando toda a sociedade, estamos propondo um pacto por São Luís. A Prefeitura, em nosso governo, fará a sua parte; do mesmo modo esperamos que todos façam a sua parte. É uma convocação à sociedade, ao governo do estado, ao governo federal. Tenho certeza que a imprensa também dará sua inestimável contribuição.

Por sua experiência diante da eleição, qual o caminho poderia ser seguido pelo grupo que lhe apoiou chegar ao governo em 2014?

Trabalhar, trabalhar, trabalhar. Dialogar, dialogar, dialogar. E manter a nossa união.

Em duas semanas de mandato, qual a sua avaliação e o que já pode ser sentido como a marca de Edivaldo Holanda Júnior?
Um governo honesto, responsável, competente. Um governo que em 9 dias apresentou um plano de metas concreto, com ações concretas para 120 dias. Estamos só no começo e como disse na campanha, muito em breve todos os cidadãos e cidadãs de nossa São Luís poderão sentir e dizer: valeu a pena acreditar na mudança.

Fonte: Jornal O Imparcial