Congresso faz sessão solene em homenagem a Aloísio Teixeira

 Em uma sessão conjunta da Câmara Federal e do Senado, ocorreu nessa sexta feira, 14 de dezembro, as homenagens ao Prof. Aloísio Teixeira.

Sessao Solene

 A solenidade foi uma iniciativa do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), da deputada Federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e da deputada Federal Benedita da Silva (PT-RJ). Aloísio Teixeira foi um grande professor e um brilhante gestor público. A declaração foi feita por Lindbergh Farias (PT-RJ), que presidiu a sessão do Congresso Nacional em homenagem ao ex-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O senador disse que a homenagem se justifica pela trajetória de vida e pela luta de Teixeira em prol do aperfeiçoamento da educação superior no Brasil. Jandira Feghali (PCdoB-RJ), na sua intervenção disse que o maior legado do professor foi a defesa da integração da universidade aos debates da democracia e do desenvolvimento econômico e social do país. “Ele acreditava que a universidade tem que formar cidadãos. Aloísio foi um marco na educação pública do Ensino Superior, como educador, como gestor e como inspirador. Fomentou o sonho de muitos estudantes através de suas linhas de educação, tornando o ensino mais universal. Suas diretrizes ficaram fixadas na instituição e promovem cada vez mais profissionais com capacidade técnica e intelectual para transformar o mundo e nossa sociedade’’ — afirmou Jandira.

Para o reitor da UFRJ, Carlos Levi, o Congresso Nacional fez justiça com a homenagem. Ele disse que os cargos assumidos pelo professor foram exercidos de forma diferenciada. Levi também lembrou a luta por democratização do acesso ao ensino superior, pela educação pública e de qualidade e um país socialmente mais justo e soberano — Ele teve uma vida pública sempre pautada por valores republicanos. “Foram os valores republicanos e éticos de Aloísio que o colocaram tantas vezes a frente de diferentes instituições do país” . “Fato é que esse perfil combativo e suas propostas de ideias libertárias acabaram por criar desafetos em vários níveis da república dentro e fora da universidade, seja por intolerância ou por interesses pessoais menores”, disse. “O que nos cabe agora é insistir no testemunho do papel que desempenhou ao longo da vida”, completou.

Representando os reitores das universidades federais, o Reitor empossado recentemente na UnB, professor Ivan Camargo, reiterou a força do ex reitor na educação do país: “Ele criou parâmetros que foram disseminados no Brasil e deu grande contribuição à Educação”, apontou.

Carlos Teixeira, filho do professor Aloísio, discursou representando a família. Carlos disse que seu pai, além de grande professor e grande chefe de cozinha, foi o maior orador que ele já viu. Ele acrescentou que uma das lições que aprendeu com o pai foi contestar e “duvidar das verdades que nos são apresentadas”. – Não ter medo, estudar sempre e lutar por um mundo melhor foram outras lições que aprendi. Além de tudo, ele foi um excelente pai – concluiu Carlos, emocionado. A mãe do ex-reitor, Iracema Teixeira, agradeceu a execução do ato e chamou a atenção para a defesa da memória de Aloísio: “É muito injusto o que estão fazendo com a memória de Aloísio para tentar denegrir a universidade pública. Por isso, digo, é uma honra estarmos reunidos aqui celebrando seu nome”, disse.
Essa sessão do Congresso Nacional encerrou as atividades da Semana Aloísio Teixeira que teve início com as homenagens que foram feitas na cidade de Macaé, onde foi inaugurada uma biblioteca em sua homenagem. Em setembro o Conselho Universitário da UFRJ aprovou o nome do campus Macaé para Campus Universitário Macaé Aloísio Teixeira, uma justa homenagem a seu trabalho em interiorizar a UFRJ na Costa Azul Fluminense.

Na segunda feira as atividades tiveram continuidade com uma série de debates sobre a sua obra no campus da Praia Vermelha. Um dos palestrantes foi o ex Senador e Prefeito do Rio, Saturnino Braga que prestou as homenagens lembrando o tempo que Aloísio esteve à frente da Secretaria de Planejamento de sua gestão na prefeitura. Saturnino disse que ele era “um democrata na sua essência”. Foi uma época marcada pela retomada da participação popular na política por meio dos Comitês Populares de bairro, associação de moradores e também das representações dos empresários. Nessa política traçada por ele estava seu entusiasmo pelos “métodos da gestão democrática” afirmou Saturnino. Ele dizia que “a participação era a condição necessária a democracia” Tinha uma confiança inabalável no povo. Saturnino lamentou o pouco tempo de Aloísio na Prefeitura do Rio pois “O Ministério da Previdência e Assistência Social me pediu que o cedesse, e, naturalmente, ele foi participar da luta para garantir o SUS na Constituição de 1988”, recordou.