Incra: famílias permanecerão em assentamento Milton Santos

Cerca de quinhentos trabalhadores sem terra estão acampados desde quarta-feira (12), no assentamento Milton Santos, em Americana, no interior do estado, onde mais 69 famílias estão sendo ameaçadas de despejo. O Instituo Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) prometeu às famílias que elas permanecerão no local.

Na quarta-feira (12) trabalhadores e militantes do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) desocuparam a superintendência regional de São Paulo do órgão após reunião com o superintendente Wellington Diniz, em que discutiram a questão da reintegração de posse do assentamento Milton Santos.

De acordo com Delwek Matheus, da coordenação nacional do MST, o Incra está apontando alternativas que garantam a permanência das famílias no assentamento. “Eles se comprometeram a tomar atitudes no sentido de não deixar o despejo acontecer e de garantir o assentamento. Se comprometeram a fazer gestão nestes dois sentidos”, disse em entrevista à Rádio Brasil Atual.

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Matheus afirma que apesar do tom de diálogo e das promessas feitas pelo Incra, os trabalhadores estão em estado de vigilância. “Não queremos correr o risco de sermos surpreendidos por uma reintegração de posse. O fato de haver um processo de negociação e um posicionamento positivo não quer dizer que a reintegração não possa acontecer.”

De acordo com o MST, em julho de 2006 o assentamento foi reconhecido pelo Incra. Antes disso, a área pertencia à família Abdalla e era usada irregularmente pela Usina Ester, mas foi repassada ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por causa de irregularidades no pagamento de impostos à União. Juntamente com a Usina Ester, que cerca a região do assentamento, a família Abdalla entrou com uma ação judicial pedindo a reintegração de posse da área, e ganhou.

Fonte: Rede Brasil Atual