Dilma e Putin: Brics deve ser tido como espaço de cooperação

A presidenta Dilma Rousseff partiu neste sábado (15) da Rússia, depois de cumprir uma frutífera visita oficial de dois dias e deixar plasmada sua vontade de uma aliança estratégica política, econômica e tecnológica entre ambos os países.

Putin e Dilma destacaram como prioridade a interação no Grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e contribuir desde essa plataforma à construção de uma ordem internacional mais justa e equilibrada.

É de interesse de Brasília e Moscou consolidar o Brics num instrumento cada vez mais influente na promoção da paz, da segurança e da aspiração de um mundo multipolar, forjado na cooperação internacional, e não na confrontação e na concorrência desleal, enfatizaram por separado.

Os mandatários coincidiram na necessidade de fortalecer o papel central da ONU de formação de uma ordem multipolar justa e inclusiva e na importância das reformas do organismo internacional para adequar às realidades contemporâneas e enfrentar os desafios comuns da agenda global.

Putin manifestou o apoio da Rússia a continuar os esforços por reformar também o Conselho de Segurança do organismo mundial, a fim de que seja mais representativo e exerça sua responsabilidade na manutenção da paz e a segurança internacionais.

A propósito do tema, Moscou ratificou seu respaldo ao Brasil como candidato digno a um assento permanente no Conselho de Segurança e Rousseff disse que Brasília continuará os passos correspondentes até o conseguir.

Os dois estados revalidaram o papel sublime da diplomacia preventiva e o apego aos princípios da Carta de Nações Unidas para a solução das controvérsias e conflitos internacionais, em um palco atual convulso e de crise econômica.

Nesse contexto urgiram à ONU a retomar os acordos de Genebra para propiciar as negociações entre o governo de Síria e a oposição para um cessar-fogo imediato, com uma veemente condenação aos atos terroristas.

Reiteraram, assim mesmo, o apoio ao estabelecimento de um Estado palestino soberano e independente e condenaram a construção de assentamentos por parte de Israel nos territórios palestinos ocupados, atos contrários ao direito internacional e ao processo de paz na região, afirmaram.

Pronunciaram-se pelo fortalecimento do Tratado de Não Proliferação Nuclear, o uso da tecnologia nuclear com fins pacíficos, e urgiram a um acordo multilateral para prevenir a localização de armas no cosmos, frente à ameaça dos planos dos Estados Unidos para a militarização do espaço.

No plano bilateral, o Plano de Ação de Associação Estratégica rubricado pelos dois mandatários, como culminação das conversas oficiais, e os cinco documentos subscritos, incluídos memorandos e acordos, renovou a visão comum para uma vasta cooperação e aliança entre dois atores de importância no concerto mundial.

Fonte: Prensa Latina