Unegro convoca plenária para sábado em São Paulo

A União de Negros pela Igualdade (Unegro) terá uma plenária estadual no final da tarde de sábado (15) para discutir a política de cotas raciais nas universidades paulistas e outros temas da pauta do movimento negro. A convocatória para o encontro está na página da entidade. Nesta semana, a Frente Pró-Cotas Raciais em São Paulo, que reúne diversos movimentos sociais, divulgou um manifesto condenando a proposta do governo do estado.

A plenária estadual será das 10 horas às 17 horas, no Sindicato dos Bancários (Rua São Bento, 413, Sala Azul, Centro).

A Frente protocolou o manifesto, o qual a Unegro também assina, no Palácio dos Bandeirantes e nas universidades paulistas o manifesto contra a proposta de cotas nas Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Professores e estudantes também assinam o documento.

Douglas Belchior, conselheiro da União de Núcleos de Educação Popular para Negras e Negros e Classe Trabalhadora (Uneafro), reafirmou que o manifesto defende as cotas raciais da maneira que o movimento negro defende há anos.

“Defendemos o acesso direto à universidade, diferentemente desta proposta que o governo tem formulado com suas universidades estaduais, que é na verdade um subterfúgio. Não garante acesso, cria etapas no processo e não foi dialogado nem construído com os movimentos”, disse em entrevista à Rádio Brasil Atual.

A principal crítica dos movimentos sociais são os cursos aos moldes dos “colleges” norte-americanos, que seriam preparatórios e anteriores à entrada na universidade. O reitor detalhou o plano em entrevista publicada no jornal O Estado de S. Paulo no dia 26. No entanto, as assessorias das três universidades paulistas (USP, Unesp, Unicamp) afirmam não ter informação oficial sobre a conclusão da proposta. Segundo Durigan, o plano teria sido enviado ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) na última semana de novembro. A assessoria do governo não confirmou o recebimento.

A Frente Pró-Cotas critica a lógica do mérito acadêmico ainda empregada no plano de cotas proposto. “O mais grave está maquiado na proposta, conforme divulgado pela Folha/UOL em 5/12/12: 'O modelo prevê que esses 50% sejam divididos – 20% das vagas irão para calouros de escolas públicas selecionados para curso superior a distância, preparatório. Os outros 30% seriam preenchidos por meio de ações a serem escolhidas pelas universidades', que podemos entender da seguinte maneira:

 dos 50% de vagas reservadas para estudantes de escolas públicas, 30% serão dirigidas para seleção a partir do critério de cada universidade, obedecendo a lógica do mérito acadêmico, ou seja, haverá uma seleção dos “melhores” estudantes cotistas pré-selecionados para a ocupação direta das vagas”, diz um trecho do manifesto.

Projeto de Lei

O manifesto também exige que o projeto de Lei 530, de 2004, que tramita na Assembleia Legislativa de São Paulo há oito anos, seja levado em frente. O projeto estabelece 50% das vagas sejam reservadas para estudantes da rede pública, sem etapas intermediárias, sendo que 30% seriam destinadas a negros.

Usando a nomenclatura do IBGE, segundo dados do Censo 2010, pretos e pardos somam 34,6%.

Da redação do Vermelho com informações da Rádio Brasil Atual