Baianas realizam marcha pelo fim da violência contra as mulheres

Na tarde desta quinta-feira (29/11), centenas de mulheres marcharam da praça da Piedade até a praça da Sé, no centro de Salvador, com um único intuito: pedir o fim da violência contra a mulher. A caminhada é parte das atividades da campanha internacional 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, que acontece até o dia 10 de dezembro, no Brasil.

Presente no ato, a deputada federal e secretária Estadual de Mulher do PCdoB-BA, Alice Portugal, declarou que as mulheres da Bahia querem o fim da violência contra a mulher e o direito de serem livres. Ela ainda disse que a emancipação da sociedade só acontecerá com o fim das desigualdades entre homens e mulheres. “A Lei Maria da Penha é um dos instrumentos mais efetivos na luta contra a violência. Tenho muito orgulho em ter participado da construção dessa lei, mas é preciso destinar mais orçamento para sua implementação, mais delegacias especializadas, mais conscientização.” 

A vereadora de Salvador, Olívia Santana (PCdoB-BA), fez questão de saudar as militantes

que foram as ruas de Salvador para protestar contra a violência generalizada, que é fruto da discriminação inserida na sociedade. “Existem homens que se acham superiores as mulheres e as atacam. Não queremos mais isso. Não queremos mais enterrar mulher vítima de violência doméstica. Para a violência acabar, é preciso denunciar”, afirmou.

Já a deputada estadual Kelly Magalhães (PCdoB-BA) acredita que a caminhada é de extrema importância para reafirmar o protagonismo feminino na sociedade, além de fortalecer o combate a violência e a impunidade. A coordenadora geral da União Brasileira de Mulheres (UBM) na Bahia, Daniele Costa, afirmou que a marcha é a luta de mulheres e homens que acreditam que a sociedade tem que ser construída com base na igualdade. 

A secretária Estadual de Políticas para as Mulheres da Bahia (SPM), Lúcia Barbosa, afirmou que é necessário implantar cada vez mais políticas públicas que cuidem das mulheres vitimadas e conscientizar a sociedade sobre esse problema que é também de saúde pública.

 
A Polícia Militar da Bahia não permitiu que o mini trio que acompanhava o ato seguisse em direção à praça da Sé, o que não diminuiu o brilho e nem tirou a força da caminhada. Ao som de um grupo de percussão formado por mulheres, elas seguiram até a praça e encerraram a atividade com a sensação de dever cumprido.
A marcha contou com a presença da deputada estadual Luiza Maia (PT), da vereadora Martha Rodrigues (PT), da vereadora eleita Fabíola Mansur (PSB) e da futura vice-prefeita de Salvador, Célia Sacramento (PV), além de representantes de diversos segmentos sociais. Organizada pela UBM junto com partidos políticos, sindicatos e diversos movimentos sociais, a caminhada foi pautada na busca por uma sociedade mais justa e digna, e que ofereça oportunidades iguais para homens e mulheres.

Impunidade

Selma Silva esteve no ato para pedir justiça por conta da morte da sua irmã, a psicóloga MônicaLima Barbosa, 34 anos, morta com um tiro na cabeça pelo companheiro, em 2010. “Até hoje nada foi feito. O processo está parado na Justiça e esse monstro está solto. Estou aqui hoje em busca de apoio, queremos que o caso seja resolvido. Nossa família quer justiça”, desabafou. 

De Salvador,
Ana Emília Ribeiro