Irã promove encontro pelo diálogo nacional na Síria

Realiza-se neste domingo (18) em Teerã, capital da República Islâmica do Irã, a “Reunião de Diálogo Nacional na Síria”, a fim de encontrar uma solução pacífica para a crise em que está mergulhado o país árabe há quase 20 meses.

Sob o lema “Não à violência, sim à democracia”, a reunião se realiza com a presença de 200 pessoas, tanto pró-governo como opositores, que buscam o caminho do diálogo nacional.

Participa do encontro Ali Heidar, que figurava entre os antigos críticos do presidente sírio, Bashar al-Assad, e foi nomeado recentemente ministro de Estado para os Assuntos de Reconciliação Nacional da Síria, no marco das reformas políticas levadas a cabo no país. Também encontra-se presente o líder comunista sírio Ahmar Bagdash.

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Acompanham o encontro os embaixadores da Rússia e da China no Irã. A reunião de diálogo nacional sírio conta também com as presenças de destacadas personalidades políticas e sociais de países como Sudão, Argélia, Turquia, Egito, Líbano, Iraque, e da América Latina, entre estes a brasileira Socorro Gomes, presidente do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) e o diplomata nicaraguense Miguel D´Escoto, ex-chanceler sandinista e ex-presidente da Assembleia Geral da ONU.

No início do encontro, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Ali Akbar Salehi, afirmou que os atos de violência não solucionam a crise síria e isso prejudica os países da região.

O chanceler persa destacou que alguns países estrangeiros buscam, mediante o apoio a esses atos de violência, impedir uma solução para o conflito sirio.

Insistir na necessidade de exercer “vigilância” diante da estratégia de “perturbação” é o objetivo da realização da reunião de diálogo, declarou Yavad Karimi Qodusi, membro da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa da Assembleia Consultiva Islâmica do Irã.

O legislador persa precisou que esse encontro objetiva responder às demandas do povo sírio, já que a República Islâmica do Irã acredita que todas as nações querem a calma, a segurança e o desenvolvimento normal da vida cotidiana e não buscam pôr em perigo a vida de seus cidadãos.

O legislador reiterou que a paz e a segurança conformam a clara diplomacia do Irã.

Antes do início do encontro, o porta-voz da Chancelaria iraniana, Ramin Mehmanparast, afirmou que a República Islâmica do Irã busca uma resolução síria, e opina que a crise do país árabe deve ser superada através de soluções políticas com decisões dos próprios sírios.

Mehmanparast enfatizou que esse encontro é um bom ambiente para restabelecer a calma e a estabilidade na Síria.

Para Socorro Gomes, “esta iniciativa pelo diálogo e a paz está destinada a repercutir positivamente no quadro político da região e do mundo”. Em discurso que foi acompanhado com enorme interesse, a dirigente do movimento pela paz assinalou: “Do nosso longínquo país, acompanhamos os esforços que a República Islâmica do Irã vem fazendo, desde o início da crise na Síria, para favorecer a interrupção da violência e promover o diálogo nacional que corresponda ao objetivo de concretizar as legítimas aspirações do povo sírio”, afirmando ainda que comunga com os esforços que muitos países e forças progressistas no mundo fazem para promover a paz no país árabe.

Na opinião de Socorro, a crise na Síria “torna-se cada dia mais complexa devido ao recrudescimento dos enfrentamentos internos e ao apoio crescente de atores externos aos bandos armados que praticam a violência no país”. A dirigente brasileira responsabiliza o imperialismo norte-americano e seus aliados na região do Oriente Médio, que “pretendem fazer da crise na Síria mais um episódio da aplicação do plano de reestruturação do Oriente Médio, pelo qual visam a controlar os recursos energéticos e obter mais uma esfera de influência em uma região estratégica”.

Socorro fez um apelo por uma solução que resulte do diálogo entre os próprios sírios, rechaçando a intervenção das forças imperialistas e mercenárias no país. “Em nosso entendimento, um importante passo para a solução da crise na Síria seria que os países estrangeiros que financiam os bandos armados e mercenários parassem imediatamente com essa política. O destino do povo sírio deve ser definido unicamente por ele próprio, por suas instituições soberanas, e nunca por interesses externos.”

“Igualmente, é indispensável que cessem as ameaças de intervenção externa e que as grandes potências, nomeadamente os Estados Unidos e a União Europeia, retirem sua exigência de derrocar o governo vigente na Síria”, finalizou.

Da Redação do Vermelho, com informações de Hispan TV e do Cebrapaz