Obra em Belo Monte é suspensa após incêndio no final de semana

Por questão de segurança, o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) anunciou nesta segunda-feira (12) a paralisação das obras de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. A situação no final de semana ficou tensa entre trabalhadores, representantes do consórcio e do sindicato da categoria. Galpões no canteiro de obras foram incendiados e, de acordo com a empresa, sete pessoas ficaram feridas.


imagem divulgada pelo Movimento Xingu Vivo

A primeira ação ocorreu na noite de sexta (9), quando foram incendiados quatro galpões do almoxarifado após a informação de que o aumento proposto pela empresa seria de 7%, abaixo do esperado.

No sábado (10), os protestos continuaram por todo o canteiro de Pimental, uma das frentes de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte que, de acordo com uma liderança dos trabalhadores, teve instalações e alojamentos destruídos. A empresa confirmou.

Há informações divulgadas em sites regionais de que o Sindicato da Construção Pesada do Pará (Sintrapav) foi na ocasião ao Pimental para anunciar que havia fechado um acordo com o CCBM de aumento de 11%, sem discutir antes com os trabalhadores, o que teria provocado revolta nos peões que teriam expulsado os representantes do Sintrapav-PA. O Vermelho tentou contato com a entidade dos trabalhadores mas até o fechamento não obteve retorno.

O consórcio fala, em nota, em "vandalismo nos canteiros de trabalho no sábado (10) e ontem (11), com o registro de sete pessoas com ferimentos leves." Ainda segundo o CCBM, um grupo de 30 pessoas encapuzadas incendiou e saqueou no sábado o Sítio Pimental. Ontem, foi registrada ocorrência no canteiro Canal e Diques e no Sítio Belo Monte.

O incidente acontece em meio à negociação entre representantes dos trabalhadores e empresa para renovação do acordo coletivo de trabalho, que tem data-base em novembro. Desde o início do ano os peões reivindicam melhoria nas condições de trabalho. Há dois meses foram intensificadas as manifestações.

Atualmente, há cerca de 15 mil trabalhadores contratados para atuarem nas frentes de obra, 12 mil diretamente pelo CCBM. Em 2013 o número deverá chegar a 23 mil trabalhadores.

A Agência Brasil também tentou contato com o sindicato da categoria e ainda com a Polícia Civil em Altamira (PA), mas não obteve retorno.

Da redação do Vermelho com Agência Brasil