Irã propõe reconciliação nacional para solucionar crise síria

O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, considerou que a solução para a crise síria está na reconciliação nacional obtida através de eleições. No próximo domingo (18), terá lugar em Teerã a Conferência Nacional pelo Diálogo na Síria.
 

A guerra não é a saída para a situação atual porque o lado que vencer não poderá criar uma segurança sustentável, declarou o mandatário ao chegar ao país depois de um giro de quatro dias durante o qual assistiu a um foro sobre democracia na Indonésia e realizou uma visita oficial ao Vietnã.

A esse respeito, ele precisou que debateu o tema com autoridades de outros países que estavam no evento da Indonésia "os quais acolheram bem a tese" e concordaram com a necessidade de fortalecer o grupo mediador criado para resolver o conflito no país árabe.

Em setembro passado o presidente egípcio, Mohamed Morsi, propôs na 16ª Cúpula do Movimento dos Países Não Alinhados, criar um comitê integrado por seu país, o Irã, a Arábia Saudita e a Turquia com a missão de negociar com as partes em conflito e deter as hostilidades.

Um grupo de altos funcionários das quatro chancelarias se reuniu no Cairo dias depois e acordou a criação do grupo em nível de chanceleres, para apoiar as gestões do mediador internacional Lajdar Brahimi, mas desde então suas atividades estão paralisadas.

Por sua vez, o presidente sírio, Bashar Assad, em entrevista à TV russa, disse que o inimigo do país é o terrorismo. “A questão principal não é que eu permaneça ou não no poder, mas se o país estará ou não seguro”. Sobre a possibilidade de reconciliação nacional, Assad afirmou: “Sempre acreditei na diplomacia e creio no diálogo, inclusive com aqueles que não entendem o diálogo ou não creem nele”.

Com a finalidade de contribuir para a reconciliação nacional na Síria, o Irã organiza no próximo domingo (18) em Teerã a Conferência pelo Diálogo Nacional na Síria, com a participação de grupos, entidades e partidos políticos da situação e da oposição e representantes de países que acreditam numa solução política e por meios democráticos para solucionar a crise no país árabe.

Socorro Gomes, presidenta do Cebrapaz – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz –, convidada à conferência como liderança brasileira e latino-americana do movimento mundial pela paz, declarou ao Vermelho que “é importante contribuir para o diálogo e tentar encontrar uma saída para a crise baseada na reconciliação nacional”. Para ela, “a Síria está com a sua integridade ameaçada pela ação de grupos mercenários financiados e armados por potências imperialistas”.

Sobre sua visita ao Vietnã, Ahmadinejad descreveu o país do sudeste asiático como um Estado "na linha de frente da resistência contra os ocupantes e as potências abusivas e se move para o progresso".

As autoridades iranianas se referem de maneira indistinta aos Estados Unidos e seus aliados atlânticos como "as potências arrogantes ou abusivas".

"Existe uma relação emocional entre o Irã e o Vietnã; os vietnamitas sentem um respeito especial pelos iranianos e ambas as partes tratam de expandir seus laços ainda mais”, disse.

Ahmadinejad revelou que seu país e a nação do sudeste asiático "alcançaram bons acordos nas esferas do comércio, turismo, ciência tecnologia" e manifestou sua esperança de que todos entrem logo em vigor.

Da redação do Vermelho, com Prensa Latina