Sob protestos, Grécia discute plano de austeridade

Sob uma onda de greve envolvendo várias categorias, o Parlamento da Grécia discute nesta quarta (7) o plano de austeridade, que é criticado pelas entidades sindicais. Pelo plano do governo do primeiro-ministro Andonis Samaras, devem ser impostos cortes de salários e de benefícios sociais.

grécia

O pacote de medidas de austeridade é exigido pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em troca de empréstimos ao governo grego. A Grécia é um dos países que mais sofrem os efeitos da crise econômica internacional.

Há dois dias, entidades sindicais ligadas aos setores da indústria, dos bancos, da administração pública, de escolas, dos hospitais e centros de saúde, além de transportes terrestres e marítimos, decretaram paralisações. Os advogados anunciaram que o protesto deles terminará somente na sexta-feira (9). Dezenas de milhares de trabalhadores planejam se reunir próximo ao Parlamento por volta das 13h (horário de Brasília).

Na verdade, ao longo do dia, deverão ocorrer várias manifestações. Funcionários públicos e taxistas informaram que farão protestos. Na tentativa de conter eventuais confrontos, o policiamento foi reforçado nas principais áreas de Atenas e quatro estações do metrô foram fechadas.

Os sindicatos dizem que as medidas irão afetar os pobres e poupar os ricos, enquanto aprofundam a recessão de cinco anos que cortou um quinto da produção do país mediterrâneo e levou o desemprego para 25 por cento.

"As políticas do resgate são completamente catastróficas, escandalosamente absurdas, e uma falha total", afirmou Alexis Tsipras, chefe do partido de oposição ao resgate SYRIZA, em entrevista ao jornal Efimerida Syntakton.

De acordo com a agência EFE, o novo pacote de medidas inclui um aumento em dois anos na idade de aposentadoria (até os 67), a eliminação dos complementos de Natal e Páscoa e uma redução entre 5% e 25% das previdências superiores a mil euros. As previdências por incapacidade também serão reduzidas, assim como o número de remédios distribuídos pelo governo.

Para o setor privado, foram fixadas altas salariais por antiguidade em 10% cada triênio, e em 5% para os operários, até um máximo de 30% em ambos os casos, além de reduzir o prazo de notificação e as indenizações por demissão.

O tempo mínimo de descanso entre turnos também será reduzido de 12 para 11 horas. Além disso, o governo pretende despedir 25 mil funcionários até o final de 2013, e os que fiquem verão suas horas de trabalho aumentarem e o salário reduzido, medida que afeta principalmente juízes, policiais, bombeiros, acadêmicos, diplomatas, bispos e trabalhadores municipais.

As taxas sobre o transporte, a eletricidade e o gasóleo de calefação também aumentarão, assim como os impostos pagos pelos agricultores. Além disso, os comércios poderão vender produtos que antes necessitavam de licenças especiais, como o tabaco.

Com agências