Dilma e Alckmin farão plano conjunto para conter violência em SP

Após recusas, governo de São Paulo cede e aceita ajuda do governo federal para para conter a onda de violência no Estado. Por telefone, na tarde desta quinta-feira (1°), a presidenta Dilma Rousseff sugeriu ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) que o governo federal e o governo de São Paulo atuassem juntos.

Segundo a ministra Helena Chagas, Alckmin aceitou a oferta para elaborar um plano integrado de segurança pública.

Contudo, detalhes da ação conjunta serão definidos somente na próxima semana. Segundo Helena Chagas, no telefonema não foi tratado como seria o plano integrado. "Foi uma conversa mais genérica, mais geral", explicou a ministra. Caberá ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, representar o governo federal e acertar que tipo de parceria será firmada.

Entre as ações conjuntas a serem discutidas, por exemplo, estão a ocupação de áreas críticas como Paraisópolis pela Força Nacional de Segurança e pelo Exército. A Polícia Federal também pode ser escalada para ajudar a conter a violência em São Paulo. "O mais importante é ajudar a população".

A oferta da presidenta vem depois que o Ministério da Justiça rebateu afirmações do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antonio Ferreira Pinto. Em entrevista à Folha, Pinto disse que o governo federal não ofereceu ajuda ao Estado para conter o avanço da violência. Segundo a nota do ministério, foi ofertado apoio na área de segurança pública "em diversas oportunidades" e "é inaceitável, além de inverídica, a afirmação de que a elevação da violência em São Paulo deriva do descontrole nas fronteiras".

Segundo Helena Chagas, a presidente Dilma não participa dessa troca de versões.

PMs

Desde a semana passada, foram registrados vários casos de pessoas assassinadas por atiradores que passavam em carros ou motos em vários pontos da região metropolitana de São Paulo.

Ao todo, chega a 88 o número de PMs mortos no Estado desde o início do ano. O governo, porém, não admite ligação entre esses crimes. O comandante da Polícia Militar de São Paulo, Roberval França, disse no início da semana que, ao menos, 37 desses casos tinham característica de crime encomendado.

Na última terça-feira, a polícia apreendeu durante operação da PM em Paraisópolis (zona sul de São Paulo) documentos que seria da facção criminosa PCC. Entre o material estava uma suposta lista com nomes que seriam de policiais militares alvos da facção.

Fonte: Folha de São Paulo