Economia chinesa transmite mensagem de otimismo

O avanço da economia chinesa de janeiro a setembro, apesar da crise mundial que tem influenciado as exportações e outros índices do gigante asiático, transmite ao futuro deste país uma mensagem de otimismo, compartilhada por especialistas.

Com crescimentos de 8,1; 7,6 e 7,4% nestes três trimestres de 2012, espera-se que nos últimos meses deste ano a China consiga superar a meta de 7,5% estabelecida pelas autoridades de Pequim, e que esse avanço pequeno, mas sustentado, se mantenha em 2013.

Ainda que no último dos trimestres analisados tenha sido registrada uma ligeira baixa em comparação ao anterior, fontes locais apontam que outros índices mostraram importantes avanços, entre eles os investimentos de ativos fixos, o valor agregado industrial e aumento no consumo interno.

As cifras de redução respondem também a uma política de aterrisagem suave traçada pelo governo chinês perante a tragédia econômica mundial, recordam os observadores.

Nos investimentos de ativos fixos, os aumentos foram de 20,5% de janeiro a setembro, considerado aceitável apesar de estar abaixo dos 25% de 2011, e o valor industrial, por sua vez, superou 9,2%, em comparação aos 8,9% de agosto.

Os economistas chineses apontam que o consumo interno permanece em terreno sólido, com um aumento de 14,2% nos nove meses reportados, e como particularidade indicaram que pela primeira vez no último trimestre as aquisições nas áreas rurais ultrapassaram as urbanas.

Outro dado de interesse que permite ter uma visão mais integral do que acontece nesta nação asiática, é o recorde atingido pelos investimentos diretos chineses nos Estados Unidos de janeiro a setembro, que superaram os 6,3 bilhões de dólares.

Estas estatísticas ganham mais relevância porque acontecem em um ano de eleições, caracterizado por uma constante retórica contra a China nos meios políticos dos Estados Unidos, inclusive com denúncias de alegada espionagem contra duas companhias de alta tecnologia estabelecidas naquele país.

Mas, além disso, a China mantém um constante trabalho para melhorar suas instituições econômicas e financeiras, adotar novas medidas para promover o desenvolvimento, ao mesmo tempo em que estudam com profundidade as mudanças que a próxima direção do país deve implementar.

Com a realização a partir de 8 de novembro do XVIII Congresso do Partido Comunista da China, que deve eleger Xi Jingping como líder e dizer adeus aos 10 anos da direção de Hu Jintao, o tema econômico deve ter nova perspectiva para a próxima década.

Esta mudança generacional, que se completará no próximo ano com a eleição do novo premiê, Li Keqiang em substituição de Wen Jiabao, deve dar um giro à análise da economia nacional e o papel do estado nela.

Entre os aspectos de maior debate, está o controle das autoridades de um poderoso setor empresarial estatal, que muitos consideram exagerado e em ocasiões uma trave à diversificação e avanço da economia.

Precisamente, grupos de especialistas foram convocados pelas autoridades a apresentar suas avaliações de reformas econômicas, que poderiam limitar o poder desse vigoroso setor estatal e influenciar na flexibilidade de taxas de juros e flutuação da moeda local, o yuan.

Enquanto isso, diariamente vão sendo dados passos, e foi recentemente anunciado que nos últimos nove meses foram criadas 858 novas instituições financeiras rurais como bancos, companhias de crédito e cooperativas de capital.

Destes organismos em áreas do campo chinês, 799 são bancos rurais e 481 deles estão localizados no centro e ocidente do país, as zonas mais carentes de impulso econômico e desenvolvimento.

Também o vice-primeiro ministro e futuro premiê Li Keqiang acaba de pedir mais reformas nos impostos e estrutura dos cortes desses encargos para estimular a melhora das indústrias e alcançar a transformação no modelo de crescimento.

Estes ajustes fazem parte das reformas fiscais, e Li afirmou que são uma medida fundamental para estabilizar o crescimento e ajustar a estrutura econômica, motivo pelo qual fez um chamado ao governo a acelerar a promoção dessas medidas para beneficiar mais empresas.

Entrevistas a especialistas econômicos radicados neste país publicadas no diário China Daily refletem otimismo quando se referem ao futuro da economia deste gigante, que não afundou e tem avançado no meio das atuais turbulências, consolidando-se como a segunda economia mundial.

Um dos especialistas consultados opinou que a China se revelou extraordinariamente na última década e "talvez as expectativas sejam altas demais. Um crescimento de seis por cento é mais natural".

Em geral, os espacialistas consultados pelo matutino local concordam que as estatísticas econômicas confirmam que o crescimento está sendo retomado e que a China não corre o risco de uma aterrisagem desastrosa.
 
Fonte: Prensa Latina