No 67º aniversário da ONU, Venezuela propõe refundação

A Venezuela reiterou nesta quarta-feira (24) a necessidade de refundar as Nações Unidas através de um processo de democratização que revitalize a Assembleia Geral e amplie o número de membros do Conselho de Segurança em suas duas categorias.

A demanda foi feita pelo representante permanente desse país na ONU, Jorge Valero, em uma declaração por motivo do 67ª aniversário da fundação do organismo mundial.

A ONU está muito longe de cumprir os objetivos estabelecidos em sua Carta, afirmou o diplomata, que pediu para modificar o método de eleição do secretário-geral para torná-la mais democrática.

Na atualidade, esse ato requer a recomendação do Conselho de Segurança para que possa ser aprovada pela Assembleia Geral.

O representante da República Bolivariana disse que a ONU foi criada para manter a paz e a segurança internacionais através de meios pacíficos e de conformidade com os princípios da justiça e do direito internacional.

É finalidade também da ONU fomentar relações de amizade entre as nações baseadas na igualdade de direitos e na livre determinação dos povos, a cooperação internacional e o respeito aos direitos humanos e as liberdades fundamentais, agregou.

Contudo, apontou Valero, hoje o mundo observa como "as potências imperialistas lançam novas guerras neocoloniais e de conquista, utilizando as noções de Responsabilidade de Proteger e de Mudança de Regime".

Igualmente, criticou a existência de uma representação não equitativa dos países nos órgãos principais da ONU, onde "uma minoria se arroga o direito de dirigir os assuntos mundiais".

Ao mesmo tempo, Valero denunciou a prevalência de uma voraz competição entre as grandes potências capitalistas que buscam manter ou recuperar suas áreas de influência mediante o saque dos recursos naturais de países em desenvolvimento.

Valero assegurou que a ONU está em dívida com a África e a América Latina, cujos países não estão representados no Conselho de Segurança como membros permanentes.

A esse respeito, destacou o surgimento de "novas alternativas soberanas, anticapitalistas e anti-imperialistas" que contribuem para forjar um mundo pluripolar e multicêntrico, com igualdade jurídica entre os Estados e justiça social.

Nessa linha, chamou a fortalecer o Grupo dos 77 mais a China e o Movimento de Países Não Alinhados, e sublinhou o papel da Aliança Bolivariana dos Povos de Nossa América (Alba), a União Sul-americana de Nações (Unasul) e a Comunidade de Estados da América Latina e Caribe (Celac).

O embaixador venezuelano expressou que o recente triunfo eleitoral do presidente Hugo Chávez reforça as tendências democráticas e transformadoras no mundo e estimula aqueles que lutam por um mundo fundado na fraternidade da espécie humana.

Prensa Latina
Tradução da redação do Vermelho