A paixão russa pelo samba brasileiro

A baiana Edvânia Ferreira de Jesus ensina o samba em Moscou há três anos; o sucesso é total, como mostra esta reportagem da rádio Voz da Rússia.

Por Oksana Lazarenko

Samba, sucesso na Rússia

Os russos gostam muito do samba. Moscou já tem, pelo menos, três escolas da dança brasileira. A maioria das professoras de samba são russas que aprenderam o ritmo no Brasil. Mas tem também uma maravilhosa professora baiana – Edvânia Ferreira de Jesus, a única professora brasileira em Moscou.

Edvânia vive em Moscou há três anos, e foi para lá para ensinar samba. Já aprendeu russo, fala muito bem, mesmo que para ensinar a dança brasileira não seja preciso falar nenhuma língua, basta a linguagem do corpo. As alunas que aprendem samba nas aulas com Edvânia dizem:

“Nas primeiras aulas, Edvânia sabia apenas três palavras em russo, mas isso não foi um problema para nós. A língua da dança não tem fronteiras. Seguíamos as ações dela, bailávamos e ríamos muitíssimo. Na verdade, gostamos muito do Brasil, mas o Brasil é muito longe da Rússia, e Edvânia, com sua energia mágica, cheia da alegria, é como um pedacinho do Brasil na Rússia. E quando ela fala em russo: “Meninas, vamos”, é muito carinhosa.

“Eu gosto do samba porque me dá muito otimismo. As emoções positivas são o que falta na Rússia”, contou Tatiana, diretora das aulas de samba. “Para mim, o samba é uma concentração de vitalidade no corpo. O samba cria imunidade contra a depressão. Quer estar feliz? Tem que sambar”, diz Olga, uma das alunas.

Nas aulas de samba sempre tem muita gente. Algumas estão há três anos, outras vêm pela primeira vez. Na verdade, é um pouco difícil para as russas começar a dançar o samba, porque as danças tradicionais da Rússia são muito diferentes. Têm outra lógica, outro ritmo e espírito.

“Na dança russa o quadril não mexea. No samba, pelo contrário, isso é fundamental. Os passos são diferentes também. No início foi um pouco difícil. Todos os dias eu repetia os passos diante do espelho na minha casa até finalmente conseguir. O ritmo do samba é muito rápido para nós. Mas digo às outras alunas: 'Vivemos na capital, cheia de bulício e onde tudo acontece a grande velocidade, porque podemos viver a este ritmo e não podemos dançar tão rapidamente como vivemos?”, diz outra aluna, Ekaterina.

As alunas de samba brincam:

“O samba ajuda a sobreviver ao frio na Rússia”.

Para Edvânia que dança desde os 5 anos de idade, o samba é como “o ar que respiro, é um estilo de vida. Danço  todos os dias como sambista e como professora. Gosto muito de observar o êxito das minhas alunas russas”, disse ela

Fonte: Rádio Voz da Rússia