Número de mulheres eleitas cresce em 2012

O número de mulheres que se elegeram no último domingo (7) cresceu, apesar de ainda ser muito inferior quando relacionado ao de homens. Em posse dos resultados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de 2008 e 2012, o Vermelho comparou os dois pleitos e constatou uma evolução da participação feminina na política, nos últimos quatro anos.

Em 2008, o Brasil elegeu 504 prefeitas e, esse ano, o número subiu para 673, um aumento de cerca de 35%. A Bahia seguiu essa tendência e também registrou o mesmo percentual (foram 47 prefeitas em 2008 e 64 em 2012).

Nas câmaras municipais, a presença da mulher também foi maior esse ano, embora o percentual tenha sido menor do que o das prefeituras. No Brasil, foram eleitas 7.647 vereadoras em 2012, contra 6.504 em 2008, o que representa um aumento de 18%.

Na Bahia, o percentual de vereadoras chega perto do nacional, mas se mantém em 16%. Em todo o estado, foram eleitas 568 mulheres para os parlamentos dos 417 municípios, quando em 2008 o número era de 490.

No geral, juntando prefeitas e vereadoras, o aumento ficou em 18% (7.008 eleitas em 2008; 8.284 em 2012). Na Bahia, o mesmo valor foi registrado (537 em 2008; 632 esse ano).

O número universal também é muito inferior quando se leva em consideração a própria lei eleitoral, que obriga os partidos a destinarem cota mínima de 30% para os postulantes do sexo feminino.

Para a coordenadora-geral da União Brasileira de Mulheres, Daniele Costa, o crescimento está longe do ideal. “O avanço é pequeno porque não reflete a quantidade de mulheres na sociedade. Somos 51% do eleitorado. Além disso, essa luta já é antiga e vem desde a década de 1990”, defende.

Daniele acredita que as ações afirmativas que buscam inserir as mulheres nos espaços de poder precisam ser repensadas. “Assegurar a igualdade de participação só se dará se nos propusermos a mudar as regras”, acrescenta.

Alterar as regras, para a coordenadora, é passar a garantir que, durante as eleições, os partidos apresentem listas fechadas, com alternância de candidatos por gênero. Além disso, ela sugere que as campanhas femininas passem a contar com financiamento público, “para que possam concorrer com as outras campanhas milionárias”.

De Salvador,
Erikson Walla