Maioria dos estudantes aprova Lei das Cotas

A Lei de Cotas para estudantes de escolas públicas, negros e índios divide opiniões entre os alunos da Universidade de Brasília (UnB).

A lei reserva metade das vagas nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio para os três grupos. A regra beneficia estudantes que cursaram o ensino fundamental em escolas públicas, segundo o decreto que regulamenta a lei, publicado ontem no Diário Oficial da União.

Na UnB, a maioria dos estudantes ouvidos disse ser favorável a esta política pública. Pedro Célestin, do curso de ciência da computação, elogiou lei. Para ele, é uma inovação positiva e “mais inteligente” do que outras medidas adotadas até agora.

“A reserva de cotas sociais é mais inteligente do que as cotas raciais”, acrescentou Célestin. “Elas [as novas regras] fazem mais sentido diante da realidade brasileira”, observou.

O aluno de física Régis Matheus discordou de Célestin. “Antes de reservar vagas nas universidades, o governo deveria investir no ensino fundamental e médio. Como o ensino público está inferior, os cotistas passarão por muitas dificuldades na universidade”, alertou ele.

O estudante de biologia Ivo Carlos defende que os alunos egressos de escolas públicas devem ter seu lugar garantido dentro das universidades públicas. “Eles são menos favorecidos”, defendeu Ivo.

Para Ivan Carlos, aluno de letras-português, divergiu dessa ideia. “Sou contra. Não acho justo. A lei deveria ser para pessoas de baixa renda, em situação socioeconômica vulnerável. Há estudantes de colégio público que tem condição financeira”, disse.

Estudantes estrangeiros também participam da discussão sobre as cotas. O guineense Mouamar Dinis Siqueira, que cursa graduação em letras-português, avalia como positivo o novo sistema de cotas. “Não concordo com as cotas só para negros. É um preconceito. A cota tem que ser para todo brasileiro de baixa renda”, disse Mouamar.