Estudantes espanhóis fazem greve contra cortes na educação

Os alunos secundaristas dos colégios públicos da Espanha iniciaram nesta terça (16) o primeiro de três dias de greve geral contra os duros cortes orçamentários aplicados na educação pelo governo de Mariano Rajoy. 

estudantes protestos

Quase dois milhões de alunos estão convocados a apoiar nesta terça-feira a medida de força, convocada pelo Sindicato de Estudantes (SE) e respaldada pela Confederação Espanhola de Associações de Pais e Mães de Alunos (Ceapa).

Segundo o SE, integrado por cerca de 20 mil filiados, ao longo do dia serão realizados piquetes informativos para divulgar as reivindicações do movimento estudantil em defesa do ensino público.

O aumento das taxas nas universidades, o corte de três bilhões de euros decretada na educação pelo Executivo do direitista Partido Popular (PP) e a demissão de milhares de professores, são algumas das reivindicações dos estudantes.

No último dia de greve, na próxima quinta-feira, a Ceapa, majoritária no setor educacional, se somará ao protesto. Será a primeira vez na Espanha que a confederação de pais e mães convoca um protesto desse tipo.

O ministro de Educação, José Ignacio Wert, acendeu ontem a polêmica sobre as paralisações e manifestações que ocorrerão nas próximas 72 horas, ao chamar de irresponsável os membros da Ceapa e os do SE, de radicais.

Tanto o porta-voz da Ceapa, José Luis Pazos, como o secretário geral do SE, Tohil Delgado, acusaram Wert de desacreditar e criminalizar a greve de estudantes, depois de acusá-la de ter um suposto conteúdo político extremista.

Pazos denunciou a nefasta política educacional empreendida pelo ministro e seu desprezo com as famílias, perante a negativa em se reunir com os pais para saber o que pensam sobre os ajustes e a reforma do setor realizadas pelo governo do PP.

Às críticas contra o Executivo e seu ministro de Educação se somaram a coalizão Esquerda Unida (IU) e o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), principal força da oposição desse país europeu.

Para o líder do PSOE, Alfredo Pérez Rubalcaba, cortar os recursos e as igualdade de oportunidades são as duas piores coisas que se pode fazer com a educação.

Na opinião da IU, os cortes e a contrarreforma educativa não têm tanto a ver com a crise, senão com um modelo ideológico que a administração de Rajoy quer implantar, mediante a aposta pela escola privada em detrimento da pública.

A coalizão de esquerda sublinhou que continuará exigindo a demissão de Wert diante do que considerou sua declarada incompetência e aberta irresponsabilidade.

Fonte: Prensa Latina