Jornalista do ComunicaSul se destaca em coletiva de Chávez

Na primeira coletiva de imprensa após a vitória na Venezuela, Hugo Chávez destacou o trabalho realizado pelo coletivo ComunicaSul. O presidente leu o texto da jornalista brasileira Renata Mielli, do Barão de Itararé, para se referir ao poderio de Caprilles. Além de Renata, participam do ComunicaSul Vanessa Silva, do Portal Vermelho; Terezinha Vicente, da Ciranda; Leonardo Wexell Severo, da CUT; Marcio Schenatto, do Jornal e da TV Caxias; e Daniel Cassol, que colabora com o Brasil de Fato.

Com um jornal na mão, Chávez leu matéria intitulada "Assédio Moral, um testemunho particular", que destaca texto produzido por Renata Mielli logo ao chegar em Caracas. "No dia seguinte, menos de 24 horas depois de estar com o telefone habilitado, recebi a seguinte mensagem: Quieres ser voluntario de Capriles Radonski? Envia SMS al 212 com *HCAPRILES + Cedula + Correo-e Ya sabes! VOTA SEGURO por Primero Justicia Abajo a la Izquierda. (foto ao lado). Fiquei passada. Isso que é assédio eleitoral!", exclama Mieli no texto publicado no blog do ComunicaSul.

O texto foi usado para mostrar quanto de recursos foram gastos na campanha de seu rival, Herique Capriles, dono de empresas de comunicação no país. "A jornalista brasileira Renata Mieli que está no país, classificou como assédio eleitoral as mensagens de texto recebidas no telefone que recebeu sugerindo a ela a votar em Henrique Capriles", leu Hugo Chávez.

Em outro momento, ele ressaltou trecho do artigo de Renata, que lembrou que no Brasil esse tipo de ação é ilegal. "Quanto dinheiro gastaram com isso? Ninguém sabe. Há que recorrer ao Conselho Nacional Eleitoral ou a Assembleia Nacional para legislar a respeito. Por que no Brasil isso é delito, aqui não, por não estarmos preparado para esse tipo de batalha", declarou o presidente venezuelano.

Abaixo o vídeo com trecho da coletiva de imprensa e o texto mencionado na íntegra de Renata Mielli, que é secretária geral do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.

Nem brasileiros estão a salvo do assédio de Capriles
por Renata Miel l i, de Caracas, ComunicaSul

A disputa eleitoral na Venezuela está acirrada. Depois de 14 anos à frente do governo, é natural que Chávez enfrente desgastes em alguns setores. Mostra disso é o fato de a oposição ter acumulado posições desde a última eleição, em 2010, quando o PSUV – Partido Socialista Unido da Venezuela elegeu 95 deputados para a Assembleia Nacional, contra 61 da oposição, perdendo a maioria qualificada da Assembleia, mas mantendo a maioria simples.

O candidato Henrique Capriles se aproveita dos desgastes do governo, usa um discurso pretensamente de esquerda para tentar ganhar apoio de setores populares, dizendo que vai manter os programas sociais e, ao mesmo tempo, acena para os setores econômicos apontando para o fim do “socialismo do século XXI”. Conta explicitamente com o apoio de grandes empresas multinacionais e usa de todos os meios possíveis para tentar uma vitória no dia 07. Vale assediar venezuelanos e não venezuelanos.

Fila na barraca de Chávez

Chávez se apoia na mobilização popular com brigadas em cada esquina distribuindo materiais de campanha e convocando o povo a defender as conquistas da revolução bolivariana. Filas se formam nas barracas para pegar materiais e cartazes do comandante.

Assédio eleitoral, um depoimento particular

No segundo dia de minha estada em Caracas, habilitei um chip para celular da Movistar, a empresa da Telefônica na Venezuela. Para isso, fiz um cadastro com nome, endereço e como sou estrangeira com passaporte e contatos no Brasil. Recebi um número de telefone. No dia seguinte, menos de 24 horas depois de estar com o telefone habilitado, recebi a seguinte mensagem: Quieres ser voluntario de Capriles Radonski? Envia SMS al 212 com *HCAPRILES + Cedula + Correo-e Ya sabes! VOTA SEGURO por Primero Justicia Abajo a la Izquierda. (foto ao lado)

Fiquei passada. Isso que é assédio eleitoral! A noite, assistindo ao noticiário no hotel, vi que pipocavam denúncias das pessoas que estavam recebendo mensagens de vários tipos vindas da campanha de Capriles. Não só mensagens, mas também chamadas telefônicas, algumas até de madrugada.

Bom, está claro que as grandes empresas de Telecomunicação estão apoiando a campanha de Capriles. Ok. Mas o esquema eleitoral do candidato da oposição vai muito além.

.  Integram o ComunicaSul Renata Mieli, do Barão de Itararé, citada por Chávez; Vanessa Silva, do Portal Vermelho; Terezinha Vicente, da Ciranda; Leonardo Wexell Severo, da CUT; Marcio Schenatto, do Jornal e da TV Caxias; e Daniel Cassol, que colabora com o Brasil de Fato.

Depois de muito trabalho para postar um web-jornal no youtube com entrevistas feitas aqui, passados alguns minutos apareceu um banner publicitário no meu canal do youtube com uma campanha de Capriles. Como não creio em coincidências, logo entendi o motivo. Ao postar o vídeo, selecionei palavras chaves, entre elas Venezuela, eleições que foram reconhecidas pela publicidade do candidato oposicionista.

Estes dois episódios podem dar um pouquinho da dimensão do acirramento da disputa eleitoral na Venezuela e da ofensiva da candidatura de Capriles. No Brasil, esse tipo de propaganda é totalmente irregular segundo a Justiça Eleitoral. E os meios de comunicação acusam justo o governo de Hugo Chavéz de promover um atentado à liberdade de expressão!

Chávez ocupa as ruas

Nesta quinta-feira, dia de encerramento da campanha eleitoral, o presidente Hugo Chávez faz uma grande marcha em Caracas. A meta do comando chavista é ocupar as 7 principais avenidas da cidade e levar muito mais gente à rua do que seu opositor levou no último domingo.

Da redação do Vermelho

(o trabalho do ComunicaSul também é republicado no especial Eleições na Venezuela, do Vermelho)