No Conic todas as tendências se cruzam

Já escutou Fela Kuti, Hocus Pocus, Academia da Berlinda? Leu o escritor marginal Fernando Carpaneda? Jogou Yu-Gi-Oh? Praticou Roller Derby?

Os frequentadores do Conic já. Há muito tempo. Por ali passam pessoas de todas as classes sociais, de executivos, representantes comerciais, a artistas, cineastas, poetas, sem contar com a turma do underground. Renato Russo, Cássia Eller e Ferreira Gullar também circularam pelos corredores e praças do shopping.

Darcy Ribeiro adorava o local. O motivo parece o mesmo: o Conic fervilha. Tendências, moda, gêneros, raças e cores pulsam na mesma sintonia e ocupam as depredadas áreas do democrático centro comercial. A diversidade impera.

A busca por novidades sempre foi um dos motivos que levaram Renato Russo a frequentar o espaço. “Ele ia muito lá. Principalmente atrás de livros”, revela Carmem Manfredini, irmã do compositor e também cantora. “Adorávamos assistir aos filmes no (extinto) Cine Atlântida e no Karim.” Carmem, que reside no Rio de Janeiro, ainda frequenta o local: “Quando estou em Brasília, sempre aproveito para dar uma olhada”.

Foi o que aconteceu em julho, quando a artista não só visitou, mas se apresentou na “praça vermelha”, como parte de um projeto musical. “Foi fantástico, uma experiência única”, afirmou. Apesar da nostalgia e sonoridade que a encantam, Carmem pede para que “revitalizem-no de uma vez por todas. É o centro da nossa cidade”.