Israel está disposto a atacar o Irã sozinho, diz Netanyahu

Israel está disposto a atacar o Irã sozinho se considerar que existe a necessidade, afirmou o premiê Benjamin Netanyahu em declarações divulgadas neste domingo, em Tel Aviv.

Israel deve preservar seu direito a se defender contra qualquer ameaça, disse o chefe de governo em declarações publicadas pelo jornal Jerusalem Post.

As declarações do chefe de governo acompanham a crescente tensão na comunidade internacional, incluídos os Estados Unidos, o principal aliado de Israel, sobre as intenções de Tel Aviv de iniciar uma ofensiva militar contra instalações nucleares em território iraniano.

Teerã tem respondido às ameaças com a advertência de que uma agressão castrense contra seu território encontrará uma "resposta à altura" e, nas últimas semanas, difundiu a incorporação a seus arsenais de mísseis de fabricação nacional com maior alcance e efetividade.

Netanyahu estabeleceu uma diferença entre seu país e Washington quando explicou que "(os Estados Unidos) estão a três mil milhas (4800 quilômetros do Oriente Médio), é muito maior e menos vulnerável. Temos o dever, a responsabilidade e o direito de soar o alarme".

Setores políticos, entre eles a ex-ministra de exterior israelense Tzipi Livni, militares e acadêmicos enfatizam a necessidade de frear o que qualificam de ânsias belicistas do atual premiê com respeito à República Islâmica devido às consequências, que "colocariam em risco o futuro de Israel".

No começo deste mês, um ex-magistrado da Corte Suprema israelense, Eliyahu Winograd, alertou que, no caso de um ataque ao Irã, sobre seu país cairia uma chuva de foguetes disparados não só da República Islâmica, mas também pelo Hezbollah, a poderosa milícia libanesa que combate com sucesso as tropas israelenses no sul de seu país.

Netanyahu e (o ministro de Defesa israelense Ehud) Barak "não aprenderam nada do desastre da invasão de 2006 contra o sul libanês", afirmou o jurista em uma entrevista à rádio castrense israelense a princípios deste mês.

Quando perguntaram sobre a possibilidade de convocar eleições antecipadamente, o premiê desconsiderou que exista tal possibilidade e aconselhou seus mais prováveis rivais: "tudo o que posso dizer aos que aspirem a este cargo é que acumulem alguma experiência, tomem seu tempo, isso os ajudará".

Fonte: Prensa Latina