Chineses protestam contra Japão por soberania de ilhas

Milhares de pessoas voltaram a se manifestar neste domingo (16) contra o Japão em dezenas de cidades na China. A tensão entre os dois países aumentou na última semana devido à questão da soberania das ilhas Diaoyu, chamadas de Senkaku pelos japoneses.

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Pequim é o centro das concentrações pelo segundo dia consecutivo. Na capital, centenas de cidadãos protestaram desde a manhã em frente à sede da embaixada japonesa, cantando o hino nacional.

"As (ilhas) Diaoyu são nossas", gritavam os manifestantes em Pequim, exibindo cartazes de papelão ou iPads nos quais se pode ler "Diaoyu chinesas" – em mandarim e em inglês -, e acompanhados de retratos do ex-líder do país Mao Tsé-tung e bandeiras.

O dispositivo de segurança na porta da delegação japonesa foi aumentado com maior presença da polícia municipal, paramilitares e antidistúrbios. As forças estabeleceram um cordão de segurança para manter uma certa distância entre os manifestantes e a sede diplomática, com o objetivo de tentar controlar o protesto.

Fontes em Pequim confirmaram que os funcionários da delegação japonesa não foram afetados pelos protestos e estão "trabalhando normalmente".

Os restaurantes japoneses localizados em uma rua próxima à embaixada permaneceram fechados e, em todos eles, era possível ver penduradas bandeiras chinesas e cartazes em defesa da soberania chinesa das ilhas.

Os protestos pela soberania dos territórios também aconteceram em outras cidades do país, como em Xangai, onde as manifestações se concentram em frente ao consulado japonês, informa a imprensa estatal e os meios de comunicação locais. Também foram confirmadas concentrações em lugares como Cantão, Shenzhen, Xiamen e Haikou.

Ao longo de toda a semana tinham sido registradas manifestações na China, embora, até agora, seu alcance tivesse sido muito mais reduzido.

Histórico

Os protestos acontecem depois de, na sexta-feira (14), a tensão entre ambos os países ter aumentado, pois vários navios patrulheiros chineses entraram nas águas das ilhas, administradas pelo Japão e cuja soberania é reivindicada por Pequim, o que provocou o contundente protesto de Tóquio.

A iniciativa chinesa aconteceu como resposta ao anúncio, na terça-feira passada, de que o Japão tinha comprado por cerca de 20,5 milhões de euros três ilhotas do arquipélago desabitado. Como resposta, Pequim pediu que Tóquio revisasse seus erros e voltasse à mesa de negociações.

O arquipélago em disputa é formado pelas três ilhas adquiridas pelo Japão, junto com outras duas também desabitadas e três penhascos, um território de sete quilômetros quadrados conhecido como Senkaku pelo Japão, Diaoyu pela China e Tiaoyutai por Taiwan, que também o reivindica como seu.

Embora o Japão alegue que tomou o controle do arquipélago na década de 1890, a China garante que descobriu e batizou pela primeira vez as ilhas e, por isso, são parte de seu território desde a antiguidade.

A disputa territorial sobre estas ilhotas, administradas formalmente pela província japonesa de Okinawa e que poderiam contar com importantes recursos naturais, aumentou ainda mais desde agosto, quando ativistas chineses e japoneses realizaram desembarques não autorizados no arquipélago.

Com Efe