Intensificada ação contra filas duplas nas quadras comerciais

Para os moradores e transeuntes, a fiscalização proporcionou maior trafegabilidade e reduziu o tempo do percurso entre a via L2 e a W1, de 40 minutos para cinco minutos nas horas de rush.

Nas comerciais 209/210 Sul a Operação Fluidez, promovida pelo Batalhão de Policiamento de Trânsito da Polícia Militar (BPTran), está dividindo opiniões: para os comerciantes, o fato de os agentes não tolerarem a parada de carros em fila dupla, mesmo que somente para descida de passageiros, gerou queda de 40% na movimentação de clientes.

Para o presidente da Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF), Cléber Pires, o problema está na forma como os policiais da fiscalização agem com os clientes que, de acordo com ele, é feito por meio da intimidação e ameaças de aplicação de multas. “O policiamento ostensivo é necessário. Ele só não pode ser ameaçador. Tem-se que coibir o bandido, não os consumidores. Acredito que com o diálogo isso melhore”, diz.

Estacionamento dos blocos

Residindo há um ano e seis meses próximo à quadra comercial, o militar Márcio Amite, 40 anos, aprova a Operação Fluidez mesmo reconhecendo que, por não poderem estacionar em fila dupla, os clientes lotam os estacionamentos dos blocos residenciais. “Estamos em um momento que todos podem comprar carro. O problema é que não temos espaço para andar com ele, nem temos onde pará-lo. Eu nunca tive dificuldades para estacioná-lo aqui e sou a favor da fiscalização”, opina.

Diante do impasse, o chefe operacional do 1º BPTran, major Sérgio Robalo, se reuniu com comerciantes e representantes do Legislativo e explicou que o objetivo da operação é dar mais qualidade de vida aos moradores, comerciantes e transeuntes. De acordo com ele, a repressão da prática do estacionamento irregular encurta o tempo no trânsito.

Segundo o major, os agentes serão orientados a ser mais flexíveis quanto à parada do veículo em fila dupla, mas o estacionamento continua proibido. “Nossa ideia nunca foi multar ou ser intolerante, mas também não podemos fazer vista grossa para os automóveis que no horário de pico param o trânsito completamente. Nosso desejo é que as faixas fiquem livres para o tráfego”, disse.

Durante o encontro, o comandante de Missões Especiais da PM, coronel Adilson, se mostrou surpreso diante dos questionamentos da comunidade e justificou a necessidade de coibir as irregularidades. “Em 23 anos de polícia é a primeira vez que me chamam para reclamar de excesso de policiamento. Embora para o comerciante seja melhor a fila dupla, isso é um custo que toda a população paga”, argumenta o coronel.