Fórum de Davos de Verão focaliza a economia chinesa

O Fórum de Davos do Verão 2012, que teve como tema "construir a economia do futuro", foi encerrado nesta quinta-feira (13) em Tianjin, cidade portuária no norte da China.

Os participantes analisaram e fizeram previsões acerca da economia mundial, especialmente a economia chinesa, que desempenha um papel extremamente importante no globo, focando temas relacionados com o país como a desaceleração da economia, o reajuste da estrutura econômica, a elevação da capacidade de inovação e o desenvolvimento do mercado de capitais.

Rintaro Tamaki, vice-secretário geral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico enfatizou no Fórum a importância da China para o desenvolvimento econômico regional, além da necessidade de transformação do modelo de crescimento econômico chinês.

"Em primeiro lugar, queria salientar que a economia chinesa não se encontra sozinha, tendo-se integrado com as economias da Coreia, Japão e alguns países da ASEAN. Assim sendo, o desenvolvimento sustentável da China beneficia não só o próprio país como os seus parceiros. O segundo ponto é: esperamos que a economia chinesa possa ser incentivada pelo consumo, em vez de depender do investimento, ou seja, deve ser aumentada a demanda interna e promovida a inovação."

A conceituada consultoria BCG publicou um relatório durante o Fórum, no qual afirma que o período de rápido crescimento econômico chinês já passou e o PIB do país registrará um crescimento inferior a 8% este ano, o menor crescimento registrado desde 1991. Devido principalmente à subida do custo de mão de obra, a vantagem competitiva chinesa em relação a custos de produção tem vindo a diminuir.

Christoph Nettesheim é um dos autores do relatório e também diretor da consultoria BCG. Ele assinalou que a China deve promover a indústria de alta tecnologia e transferir a manufatura de baixo valor agregado.

"Entre 2017 e 2020, a China vai se dedicar à indústria de alta tecnologia e a manufatura de baixo valor agregado será transferida para outros países. Atualmente as empresas multinacionais como GE e Siemens mostram muito interesse na indústria de alta tecnologia da China. Também as universidades chinesas estão desenvolvendo programas educativos e formando talentos no setor da alta tecnologia."

O Fórum Davos de Verão 2012 também publicou o Relatório de Competitividade Global. A China caiu 3 lugares e se encontra na 29ª posição, sendo ainda assim o país líder entre os países do Brics. A economista-chefe do Fórum Econômico Mundial, Jennifer Blanke, apontou que o ambiente macroeconômico da China está estável e a classificação de dívida nacional é melhor do que a dos países desenvolvidos. A China ainda beneficiada do seu grande mercado interno, mas a capacidade de inovação precisa ser intensificada. Ela disse para CRI:

"Alguns índices econômicos da China baixaram. Por exemplo, a eficiência do mercado. Isto significa que outros países se desenvolvem mais rápido do que a China em alguns setores, tais como a promoção de novas tecnologias."

O outro foco desta sessão do Fórum é a construção do mercado de capitais da China. O executivo da Morgan Stanley na Ásia Pacifico, Sun Wei, disse que as instituições chinesas de supervisão de valores devem proteger mais os investidores e garantir a precisão e transparência das informações reveladas pelas empresas listadas.

Fonte: Rádio Internacional da China