Disputa pela reitoria da UnB na reta final

A disputa para ocupar o cargo de reitor da Universidade de Brasília (UnB) está acirrada e mexe com a rotina da instituição e dos candidatos.

Além da campanha, outra preocupação dos representantes das duas chapas que disputam o segundo turno diz respeito aos problemas que herdarão da atual gestão, que vão desde as dificuldades estruturais, de equipamentos, de pessoal, às questões orçamentárias.

Conforme estimativa do Decanato de Planejamento e Orçamento (DPO), as dívidas adquiridas no primeiro semestre com o custeio de contratos de terceirização, pagamentos de faturas de água, luz, telefone e despesas com manutenção somam um montante de R$ 72 milhões e poderão dificultar o desenvolvimento dos trabalhos do vencedor do segundo turno, realizado hoje e amanhã.

Diante destas questões, a estimativa do decano de Planejamento, Paulo Rocha, é de que a UnB fique com apenas R$ 4,2 milhões para as despesas até o final do ano, valor considerado insuficiente, se levado em conta a existência de gastos não contabilizadas. “Conseguimos suplementar R$ 79 milhões com recursos do Ministério da Educação (MEC). Esse valor cobre o deficit de R$ 72 milhões, só que a despesa atual se apresenta maior do que a que foi projetada no início do ano, mas estamos trabalhando para reverter isso”, garante Rocha.

Poucos recursos

Considerados insuficientes, os recursos destinados à UnB poderão ser ainda mais reduzidos caso o MEC consiga finalizar os trâmites que irão transformar o Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe) em uma empresa pública especializada em realizar concursos. Com a mudança, o Centro não poderá mais custear as despesas da UnB. Atualmente, a fatia de contribuição do Cespe na receita da universidade é acima de 10% sobre a arrecadação. Cooperação que somente de 2005 a 2011 forneceu, em média, R$ 21,3 milhões por ano.

Mesmo ciente das dificuldades que enfrentarão, os candidatos a reitor não se intimidam. Segundo o representante da chapa "UnB Somos Nós", Ivan Camargo, a solução para todos os problemas não virá em curto prazo, mas o orçamento e o relacionamento com os servidores deverão melhorar em pouco tempo. “Estamos reduzindo a dependência do Cespe e vamos buscar novas formas de orçamento”, planeja.

A candidata da chapa "O amanhã fazemos juntos", Márcia Abrahão, diz que a UnB precisa de uma análise urgente e mais aprofundada das questões orçamentárias. Em sua opinião, isso deverá ser feito antes da posse do novo reitor, em 18 de novembro. ”A dependência do Cespe não deve aumentar nem diminuir, afinal ele não é a única fonte de renda da instituição. Tudo isso será analisado”, garante a Márcia.