Fortaleza: Candidatos avaliam campanha e projetam reta final

Postulantes da Capital analisam os efeitos da propaganda na TV e falam das estratégias para este último mês

Faltando um mês para a eleição, os candidatos a prefeito de Fortaleza explicam suas estratégias para conquistar o eleitorado na reta final. Eles avaliam que a propaganda eleitoral gratuita veiculada na televisão e no rádio tem surtido efeitos, alegando se sentirem mais conhecidos pela população, que, segundo eles, também comentam os programas já veiculados nessas quase três semanas em que as campanhas ganharam espaço nas mídias.

De acordo com Inácio Arruda (PCdoB), a partir da propaganda veiculada na TV, as pessoas têm a certeza de quem são os candidatos. Até iniciar essa etapa, segundo Inácio, mesmo com a campanha nas ruas, os eleitores questionavam se ele era realmente candidato. Agora não, isso mudou, já não há mais incertezas, segundo atesta, mas a confirmação de que o comunista realmente está tentando conquistar a vaga de prefeito da cidade.

"O eleitor, enquanto não chega a propaganda no rádio e na televisão, fica um pouco no compasso de espera. Ele sabe que os candidatos existem, que tem dez candidatos, mas não tem a fisionomia, não identificou se é mesmo de verdade, então ele só acha que você é candidato mesmo quando sai na propaganda", diz.

Mudança

Inácio também percebeu mudança de tratamento desde quando seu programa começou a ser veiculado na televisão, pontuando que a receptividade das pessoas está muito melhor. Ele acredita que isso está ocorrendo porque só agora muitos fortalezenses consideram que de fato a campanha começou. "Recebem você diferente, recebe bem: esse aqui é o candidato, esse cara pode ser o prefeito, então é uma pessoa que tem de tratar bem", analisa.

Vantagem

Contudo, Inácio acredita ter uma vantagem sobre os demais candidatos: um vice, segundo ele, bastante conhecido. De acordo com o prefeiturável, Chico Lopes (PCdoB) é uma "figura muito querida" e por onde os dois andam, Chico Lopes é muito bem recebido.

Apesar de ter pouco tempo de televisão, Inácio Arruda deixa claro que seu programa eleitoral é o principal instrumento de sua campanha. "O nosso programa tem sido muito bem avaliado e as pessoas têm recebido muito bem", considera. Embora seja apenas 1 minuto, 32 segundos e 75 centésimos, Inácio Arruda assegura que as pessoas assistem seu programa e comentam positivamente sobre ele.

Agora, o candidato quer manter a qualidade de seus programas, mas investir também na sua militância que, segundo ele, é uma militância de argumentação e de debate. De acordo com o comunista, a militância do PCdoB pode ser comparada ao eleitor: não entra instantaneamente na campanha, "vai aquecendo" e quando inicia a propaganda no rádio e na TV é que ela participa mais da campanha.

"Essa militância de diálogo, de debate, que convence o eleitor, que busca o eleitor, ela também vai sendo acionada e nós tendemos a dobrar ou triplicar a presença desses companheiros na campanha. Acho que essa vai ser a diferença, vai ser nosso diferencial, que é ter uma forte militância na rua e ampliar para compensar esse tempo menor na televisão e no rádio", pontuou Inácio Arruda.

Nova etapa

Segundo Renato Roseno (PSOL), a propaganda eleitoral está contribuindo para que ele seja relembrado pelos leitores, já que esta não é a primeira vez que se candidata à Prefeitura de Fortaleza. Roseno também comunga da opinião de que a propaganda veiculada nas grandes mídias marca uma nova etapa da campanha, mas disse não ter esperado por isso. Para ele, a campanha começa no primeiro dia em que a Lei eleitoral permite, entendendo que as candidaturas das "máquinas" só conseguem fazer campanha depois da propaganda na TV.

Segundo Renato Roseno, há muita propaganda eleitoral com formato bastante publicitário, mostrando uma realidade bem diferente da realidade das pessoas, enquanto a sua propaganda, destaca, busca passar uma linguagem mais direta, mais mobilizadora e mais convidativa, pontuando que as pessoas identificam isso.

Algo que os eleitores notam e comentam, observou, é a desigualdade do tempo e da produção dos programas. No seu caso, como possui pouco mais de um minuto, a tática, conforme explicou, é chamar o eleitor para continuar debatendo os temas apresentados em cada programa, na internet.

Marcos Cals (PSDB) comemora o fato dos cidadãos estarem mais estimulados com a campanha, mais receptivos e o reconhecendo. Segundo o tucano, ele iniciou seus programas com propostas, entendendo não ter tempo suficiente para desperdiçá-lo, atesta que o eleitor tem comentado sobre o que vem sendo veiculado em sua propaganda eleitoral, destacando quais propostas mais gostaram, como é o caso do centro de ressocialização e do síndico dos bairros.

Carreatas

O tucano Marcos Cals disse não pretender mudar nenhuma estratégia de campanha por conta do início da propaganda eleitoral. Porém afirma que a partir de setembro, quer dedicar parte de sua agenda para as carreatas. Ele explica que a cidade é bastante grande e com as carreatas é possível divulgar sua campanha para um número maior de eleitores, mas afirma que não vai deixar de fazer caminhadas pelos bairros da cidade.

Satisfeito

Roberto Cláudio (PSB) também se mostrou satisfeito com o resultado que vem colhendo dos programas eleitorais. Segundo analisa, suas mensagens têm sido muito bem recebidas e a campanha agora ganhou nova amplitude, entendo que a cada dia aumenta a receptividade da população. Segundo o candidato, as pessoas dizem que concordam com suas propostas e comentam sobre alguns projetos, como é o caso das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

Roberto Cláudio não pretende modificar sua estratégia de campanha agora que a propaganda eleitoral na TV e no rádio está em curso. Seu plano, afirma, é continuar dando atenção às visitas que vem fazendo aos bairros da cidade, informando que a meta é sempre realizar de duas a três caminhadas, por dia.

Elmano de Freitas (PT) disse ter percebido muitas diferenças no trato com o eleitorado, desde que a propaganda eleitoral foi ao ar. A primeira, revela, foi a identificação que as pessoas mostram ter com o projeto político do PT e com o Lula, segundo observou. Porém, o fato mais marcante, de acordo com o prefeiturável, foi o crescimento da militância. Conforme Elmano, as pessoas também passaram a reconhecer o que foi feito nesses sete anos e meio de gestão petista e as mudanças que a atual administração está proporcionado para a cidade. "O que eu diria é que a propaganda na TV, com a participação da prefeita Luizianne Lins e do ex-presidente Lula, acelerou uma resposta positiva (à sua candidatura)", avalia.

Na percepção de Elmano de Freitas, seus programas têm passado para a população ser ele um candidato que tem segurança, serenidade e firmeza. "O que mais tenho ouvido é mantenha a sua humildade", conta, lembrando que os eleitores também comentam suas propostas, como a tarifa social estendida para os sábados.

Heitor Férrer (PDT) destaca que agora as pessoas o reconhecem como candidato e já assimilaram a principal mensagem que a sua campanha passa: "um prefeito para chamar de seu". Segundo o candidato, as pessoas fazem questão de dizer que ele não é nem o prefeito do governador nem o prefeito da prefeita.

Para o pedetista, a propaganda deu uma "outra cara" para a campanha, avaliando que as inserções alcançam até um maior resultado se comparadas ao programa eleitoral. Na propaganda gratuita, argumenta, a pessoa tem a opção de desligar a TV ou o rádio, já as inserções, que são veiculadas durante os comerciais, acaba atingindo um maior número de eleitores.

A maioria dos prefeituráveis diz ter se sentido mais conhecido pela população após o início do horário eleitoral na televisão

Segundo alguns dos candidatos a prefeito, os eleitores têm comentado os programas já veiculados nessas quase três semanas

Fonte: Diário do Nordeste